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Tuesday 9 May 2017

Petiscos & Pestiscos, Tomo III

Hoje adiciono mais um capítulo, ao conjunto de estórias dedicadas ás casas de petiscos que servem de porto de abrigo para almoços "rápidos" ou para "picar qualquer coisa " em fim de tarde, ... ou simplesmente a qualquer hora. O ratinho já está a dar de si? Se estiver pela zona da Maia gaste, ou melhor invista uns minutos, a ler as linhas abaixo.



Nome: Tentações das Bifanas 2
Data da visita: Dezembro de 2016
Localização: Maia, perto da rotunda do Catassol
Comentário: deve andar pela casa dos milhares as vezes que passei nesta rua, sem nunca ter reparado na Tentações das Bifanas, mais ainda por a casa ser perfeitamente visivel a quem circula ... uma falha imensa no meu sentido aranha. Mas lá chegou o dia em que sou chamado a cumprir o dever e ir conhecer esta tal casa, no centro da Maia, essa localidade plena de tradição gastronómica not!, onde se fazem uma bifanas muito boas ... praticamente ao nível de umas bifanas de uma outra casa muito conhecida na Invicta, que sem querer mencionar nomes termina em algo como "onga". Que nem S. Tomé é ver para crer e lá rumei. A casa é de decoração simples, despretensiosa mas funcional e com um ar novo e limpo. A clientela é no entanto a típica deste tipo de estabelecimentos, ou seja maioritariamente, para não dizer exclusivamente, masculina e com ar de quem ou largou a jorna à pouco ou está reformado. Não me interpretam mal ... não é uma crítica, muito pelo contrário. A casa tem bom aspeto!
Como seria de esperar, a bifana é o prato bandeira, mas não só de bifana se faz carta. Para este fight além da obvia, o papel de aconchego coube a um pratinho de orelheira com molho de salsa. - Salsa?! Exclamam com horror os leitores do sul ...sim! Não se esqueçam que é no norte, logo ninguem usa coentros! É um facto cientifico para o qual nem eu tenho explicação. Mas nada de negativo a apontar. Muito bom!
Relativamente à bifana ... muito boas, ... mesmo. A carne, super fina, desfaz-se na boca, cheia de sabor e muito equilibrio no picante. A dose é tão bem servida que o pão nem fecha, como é possivel ver pela foto. Like! Like! Naturalmente que não gozam da fama e difusão das bifanas da tal casa que mencionei acima, mas assumo que não ficam em nada atrás. Vale mesmo a pena.
Tudo isto acompanhou com àgua da nascente de Leça do Balio, não muito longe, a muito nossa Super Bock, na sua versão stout ... é preciso consistência para moer toda aquela proteína.
Não é facil apresentar um valor médio em fights com este perfil, pois depende do que, ou melhor do quanto, se comer e principalmente beber, mas os preços são os de mercado, com cada bifana na casa dos 3€ e tal e os pratos entre os 4€ e 5€. É perfeitamente possível fazer um snack ou uma versão máscula de um brunch e gastar algo na casa dos 12€/pax...depende.
Repeteco? Já o fiz! E estou a dar por mim a pensar quando irei para aqueles lados. Fui claro?

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Wednesday 3 May 2017

DIY Sushi

Decidi iniciar o post de hoje recorrendo a um jargão da atualidade, representado pelo acrónimo  DIY, que por extenso significa: Do It Yourself, em pt-PT: Faça você mesmo. Isto e sushi na mesma frase despertou-lhe a curiosidade? Se sim, sugiro uma atenta leitura até ao fim.


Nome: Dominó Tasca Japonesa
Data da visita: Abril de 2017
Localização: Matosinhos, perto da zona da lota
Comentário: a oportunidade de visita surgiu a partir de um convite para ir conhecer uma nova forma de comer sushi, para os lados de Matosinhos. A nova forma é precisamente um Do It Yourself! Reconheço que inicialmente não sabia bem com o que contar. Imaginei logo um evento tipo workshop com as cobaias, quero dizer os participantes, em linha a seguir as instruções de um sushiman. Nem de longe. O Do It Yourself, é uma evento que ocorre no Dominó, ás quartas-feiras e Domingos ao jantar, segundo a proprietária por serem dias calmos que permite ao staff acompanhar calmante os comensais, sentados normalmente nas suas mesas. O Do It Yourself é portanto um prato do menu, disponivel apenas nestes dias em que a alga, o arroz e o peixe são servidos separadamente e fica ao cuidado do comensal a imaginação e criação das suas proprias peças. Estará com certeza o leitor a pensar, à semelhança do que ocorreu comigo: "ui,...eu irei conseguir fazer alguma coisa de jeito??". Sim, ... quer dizer, não ficarão com certeza peças tão direitinhas, como quando são feitas por um especialista, mas com a breve explicação dada pelo staff, ao fim da terceira peça, a coisa começa finalmente a tomar forma. 

O menú começa com uma tulipa de salmão, uma especie de folhado, de massa extra fina e estaladiça, recheada com salmão e uma base do que me pareceu queijo filadélfia. Estava muito bom e até aqui tudo servido já feito.  O segundo passo, o temaki já obrigava a sujar as mãos, e no verdadeiro sentido da palavra, pois a forma mais apropriada de montar a peça, é usando as mãos. Sobre a alga, coloca-se o arroz e o salmão a gosto. Depois basta enrolar a alga em forma de triângulo e fechar o cone. Uma salpicada de cebolinho e está pronto! Sabe mesmo bem, e efetivamente, e alinhado com a explicação dada, o facto da peça ter sido acabada de fazer, faz com que a alga fiquei mais estaladiça, pois não tem tempo de absorver a humidade dos alimentos e dessa forma, o paladar difere um pouco ao que estamos habituados...para melhor em minha opinião. Terminados os temaki é hora de passar ao prato principal, o sushi propriamente dito. Um prato com imensa diversidade desde a manga, espargos, sashimi de salmão, atum e robalo, vieiras, queijo que me pareceu ser de cabra ou ovelha, gambas, cebola caramelizada e 3 variedades de sementes. Para dar descanso às mãos, colocam umas quantas peças já feitas em que é só pegar e comer. No que à qualidade diz respeito, só coisas boas a referir. A frescura é mais do que evidente. Para montar as peças, a receita é a mesma ... usa-se as mãos para colocar o arroz na alga e depois é só construir a peça a gosto. Feito.

Para acompanhar, pode o visitante optar por chá, limonada ou vinho a copo, tendo sido esta a minha opção Havia duas ou três opções de vinhos, tendo a minha recaído num D. Ermelinda branco ... um valor seguro, vindo das Terras do Sado.
O prato deu luta e luta e rendeu bastante ... honestamente perdi a conta ás peças que construí e comi .. mas foram bem mais do que um tradicional menu de sushi. Ao ponto de não conseguir ir à sobremesa ... não é normal em mim.
No que a valores diz respeito, como não me coube a mim desta vez o ressarcimento financeiro pelos bens e serviços prestados, não sei ao certo valorizar este fight, mas uma breve pesquisa online dá para perceber que o menú  DIY custa 19,50€, o prato, mais 8€ o temaki. Se juntarmos uma sobremesa e uma garrafa de vinho, a coisa deve passar os 30€/pax. Um valor justo para o produto diferenciador que é oferecido.
Repeteco? Sem duvida! E fiquei com curiosidade em experimentar os restantes pratos e menús de sushi MBTS (Made By The Sushiman).



Para consultar horários, contactos e mais informações na Mygon

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Dominó - Tasca Japonesa Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Monday 1 May 2017

Na cidade dos arcebipos

A narrativa que hoje aqui vos trago decorre na mui antiga e bela Bracara Augusta, atualmente conhecida por Braga, a cidade dos arcebispos. Uma pequena nota antes de avançarmos para a memória descritiva de mais um fight: Braga é uma cidade de que gosto particularmente! Compacta e não muito grande, que permite circular sem grandes preocupações de gestão de tempo e distâncias, como acontece com Lisboa ou o Porto, mas ou mesmo tempo é um cidade que tem TUDO: animação, vida noturna, cultura, economia  e acima de pessoas. E fazendo jus ao seu papel de capital do Minho, possui uma imensa diversidade de spots gastronómicos, do mais tradicional ao mais internacional e vanguardista. Enfim, deixo a dica para visitarem e formarem a vossa própria opinião.





Nome: Migaitas Salão Champagne
Data da visita: Dezembro de 2016
Localização: Braga, perto do centro
Comentário: O Migaitas Salão Champagne está integrado no edificio do Hotel Villa Garden, a minutos a pé do centro histórico de Braga, um palacete do século XIX imaculadamente recuperado, sendo que o restaurante é acessível do exterior e aberto ao publico geral. O espaço é amplo, com chão em soalho e uma decoração contemporanea, e mesas redondas dispostas pelo espaço. Chamo a atenção que este fight decorreu em Dezembro, precisamente na semana anterior ao Natal, que como sabem é o periodo em que tipicamente decorrem os jantares de Natal de empresas e grupos de amigos. Essa imagem estava refletida na configuração da sala nessa noite, composta essencialmente por grupos, alguns razoavelmente numerosos ... e o motivo pelo qual assumo já que foi um jantar desconfortável e não fosse o facto da comida ser realmente boa, um desastre completo. É que pelas 22h os decibeis na sala, rondavam o medicamente desaconselhável e já havia inclusivé grupos de pé o tempo todo aos berros a fazer o sempre rídiculo "e quem não bebe não é da malta...". Bom, mas falemos da comida.
Umas simples azeitonas e pão para molhar em azeite, enquanto analisava a carta, que continha alguma referências de peixe e carne, onde podiamos optar entre pratos mais tradicionais da cozinha portuguesa e outros mais internacionais. Um houve que me chamou a atenção e despoletou interesse imediato: o Bife Wellington. Quem não conhece, é um naco de carne de vaca de 1º categoria, mal passada e envolta em massa folhada. Nesta versão, era ainda regado com um molho espesso que me pareceu ser à base de queijo. Acompanhava com grelos e batata frita. Nada de mal a apontar, muito pelo contrário: a carne era de primeirissima qualidade e cozinhada no ponto, mais para o crú, como é da minha preferência e todo prato estava repleto de sabor. Like! Para acompanhar este portento, uma 0.37cl de Esteva, um valor seguro vindo do Douro. Sim, estava no Minho e mandei vir Douro ... vai contra os meus principios, verdade...mas era a unica opção para uma 0.37cl ... caso contrário teria de tratar de uma 0.75cl a solo, o que não sendo impossível, não era o espírito da noite. Se bem que talvez tivesse sido uma forma de "amortecer" o barulho imenso que toda a refeição se fez sentir ... ou de conseguir ignorar o constante movimento de pessoas a circular entre as mesas ...
Para finalizar, decidi seguir a sugestão do empregado, um doce da casa, que vim a verificar ser à base de café. Estava bom e era visivelmente caseiro e bem confeccionado.
Em suma, nada tenho de mal a dizer sobre a comida, muito pelo contrário, mas o ambiente foi do pior a que já assisti na minha vida adulta ... só faltava alguem a vomitar, para ser uma viagem aos jantares de curso nos tempos da faculdade. Quero porém acreditar, que tive azar no dia, pois tudo no local aponta para ser um sítio calmo, integrado num dos melhores hoteis de Braga.
A conta? Ficou na casa dos 25€/pax, que não sendo um valor propriamente em conta, está alinhado com a qualidade proporcionada ... claro que tive que juntar os € da consulta do rastreio audittivo que tive de fazer depois, mas isso não conta...
Repeteco? Enquanto me lembrar da experiência tenho dúvidas que sinta vontade de voltar, mas não deixe o leitor/comensal de ver por si, pois no que à qualidade da comida diz respeito nada a apontar e pode ter-se dado o caso de ter tido um azar monumental motivado pela altura do ano.


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