Vê a minha história gastronómica na Zomato!

Sunday 27 November 2016

Nova surpresa em sítio improvável

Hoje é novamente dia de prestar serviço público de forma simples e direta! E que quero dizer eu com isto? Que nem sempre este vosso contador de histórias do tacho, vos apresenta spots de glamour, style ou swag, e hoje é um desses dias, ... mais ainda em semana de atribuição de estrelas do mais famoso guia gastronómico ao nível planetário. Yep, hoje levar-vos-ei a um sítio para comer bem, a bom preço e onde não precisa de levar a sua melhor camisa!



"pomada" da casa. fiquei sem saber se o "Baioxo" era defeito ou feitio

Nome: Vanipal
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: Nogueira da Maia
Comentário: ao contrário do que é costume nestas minhas histórias, não iniciarei a narrativa com uma breve descrição das belezas naturais que podeis encontrar pelas paragens ... e porquê? Porque em Nogueira, na Maia, não há propriamente nada de interessante para descrever ... ou se mora por lá ou se lá vai em trabalho. Não estou a dizer que é um lugar parado, note-se, bem pelo contrário! Há imensa industria e parques empresariais pelo que o tipico veraneante, achará util esta informação ... acho eu.
Devo ter passado, umas milhares de vezes pela casa Vanipal, e sempre tive a perceção que aquilo era um café, apenas. Estive redondamente enganado, e só recentemente fui alertado que serviam refeições e que o feedback era bem positivo.
O edifício é uma daquelas típicas moradias em que no piso térreo funciona a casa comercial. Á entrada, encontramos uma esplanada com meia dúzia de mesas, sob uma ramada, criando um espaço espetacular para almoços ou jantares em dias de calor. Como a metereologia do dia da visita o permitia, todas estas mesas estavam ocupadas, obrigando-me a recolher ao interior da casa. A decoração é simples e funcional e a área bastante generosa. Ao fundo, uma imensa grelha, à vista de todos, onde era possível acompanhar a confecção dos grelhados que dão nome à casa. Esta é uma casa de gestão familiar, pelo que o staff é composto pelas duas gerações da família.
Sentados e instalados, vamos diretos à picanha, sem sequer avaliar o resto da carta. A carne é grelhada ali mesmo a escassos metros, na dita grelha bem à vista dos comensais. Sendo um dos pratos "rápidos" a sair, em menos de nada é-nos servida uma dose bastante generosa de finas fatias de carne de picanha, bastante saborosa e cozinhada no ponto! Reforço aqui a generosidade da dose: foram servidos 6 fatias por pessoa, com dimensão razoável! Provavelmente, nem o mais capaz triturador de carne conseguirá aniquilar a totalidade da sua dose.  Acompanhou com a tradicional batata frita, arroz branco e feijão preto. Valores tradicionais, portanto, sem laivos de inovação ... mas para quê mexer em algo que funciona, certo? Também as guarnições denotavam evidente qualidade e cuidado na sua confecção. Nada a apontar. Simples e a funcionar!!
Para acompanhar, e porque o dia era de calor, a escolha foi para o branco da casa, uma produção própria como era facil avaliar pelo rótulo, que pelo pico e acidez diria que a sua origem seria alí para os lados de Felgueiras ... um verde de transição, portanto. Cumpriu a tarefa de domar a gordura do prato. E a 4.50€ pelos 0.75cl, faz da escolha do da casa uma opção sensata e segura.
Para finalizar, porque o dia era quente e as 6 fatias de picanha deram luta (ninguem conseguiu "matar" as suas 6 fatias), a escolha foi para uma fatia de melão, também ela de dimensões XL que deu para 2 pessoas. Maduro, doce e fresco.
A conta rondou um valor de 13€/pax. Um valor justo e que faz do Vanipal uma opção válida para quem quer comer bem e não pagar muito.
Repeteco? Sim, voltarei!


Aproveite para seguir o Lambetacho no Bloglovin    Follow

Sunday 20 November 2016

Sabores e experiências no Douro ...

Já aqui falei do Douro e como há todas as condições para se tornar na próxima Toscana ou Rioja da Europa. É só manter o rumo e manter a sua genuinidade.




Nome: Cacho D'Ouro
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Peso da Régua
Comentário: chegar ao Douro é um momento carregado de magia. Longe vão os tempos que o acesso à região era feita com muitas horas de viagem na serpenteante EN108. Hoje é possivel chegar à Régua por auto-estrada, mas ainda assim a chegada à porta do Douro, é sempre um momento pleno de mística. É na Régua que sentimos ter chegado à região vinhateira, onde o vinho assume o seu papel de motor da economia local ... e com o vinho vem a gastronomia.
Por sugestão de um local lá rumamos em direção ao Cacho D'Ouro, no centro da cidade, assim a modos que escondido. O espaço é grande e a decoração é simples, funcional e despretensiosa. O staff esse, simpático e com vontade de bem receber, atitude habitual um pouco por toda a região.
Enquanto percorriamos a carta, para escolher o petisco que iria celebrar o dia, pedimos um prato de petinga, boa e fresca com um sabor forte a vinagre, amiga do meu palato mas que reconheço poder não ser do agrado de todos.
Voltando à carta, essa possuía alguma diversidade tanto em pratos de carne como de peixe, e como de outra forma não podia deixar de ser, uma montra da cozinha típica portuguesa. A escolha foi a modos que consensual e recaiu no polvo com migas. Acompanhava com batata assada e legumes, bem acondicionados com azeite de qualidade. O polvo estava cozinhado no ponto e bastante tenro, bem envolto nas migas que beberam o azeite e davam uma oleosidade aromática ao prato. Bem conseguido, reconheço. A generosidade das doses era equilibrada.
Para a escolha do néctar, nem foi preciso recorrer à lista. O tiro foi certeiro ao branco da casa, sem marca, naturalmente da região, cuja acidez equilibrada compensou bastante bem a gordura do prato. Acho simplesmente delicioso, o conceito de existir uma região, em que o vinho da casa é seguramente caseiro e elaborado nas redondezas ... e consegue competir perfeitamente com referências de marcas e valores bem mais elevados. Fantástico!
Para finalizar, uma tarte de chocolate, que estava boa sem deslumbrar. Provavelmente seria de fabrico caseiro, mas não ficou propriamente gravado na minha memória. Cumpriu.
Não faltou, o copo de vinho do Porto de oferta, algo também muito comum nas restaurantes da zona. Pela cor e pela boca, provavelmente seria também este um vinho de lavrador. Simpes, honesto e direto.
A conta, ficou por um valor a rondar os 17€/pax, um valor justo e que não chocou minimamente face ao repasto que proporcionou.
Repeteco? De uma forma fria a analitica: a comida estava boa, nada de negativo a apontar ao serviço e o preço reflectiu com justeza o resultado do fight. Porém o Cacho D'Ouro está a escassos metros de um dos melhores spots da Régua, a Tasquinha, com comida superior e a preço ainda mais competitivo. Nas minhas visitas à Régua darei preferência à Tasquinha, e só optarei pelo Cacho D'Ouro em caso de indisponibilidade desta.

Aproveite para seguir o Lambetacho no Bloglovin    Follow

Monday 14 November 2016

De volta ao verde Minho

Já aqui falei, em fights passados, sobre a bela localidade de Fão, concelho de Esposende, um paraíso na terra, onde há mar, rio e campo ... a uns rápidos 50kms da naçon azul e branca, já em pleno Minho, o verde Minho.






Nome: Tio Pepe
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Fão, centro da vila, ao lado dos Bombeiros
Comentários: admito desde já que a visita ao Tio Pepe não foi a escolha inicialmente planeada para o fight do dia ... essa, a escolha, tinha sido a Lareira, que por motivos de lotação teve de declinar a minha proposta de presença na casa. Ora, a escassos metros do outro lado da rua localiza-se o afamado Tio Pepe, uma casa por demais conhecida na zona e não só, vindo gente da não muito longe Braga de propósito para degustar o prato-rei da casa, as costelinhas de porco.
A casa já é antiga e está ao momento sob gerência dos filhos do, se não fundador, o proprietário que mais nome trouxe à casa. As diferenças desses tempos para os atuais são bem visíveis no decor e nível de serviço que o staff aplica. A casa está mais moderna, o staff mais profissional e a propria carta mais abrangente e cuidada, sem nunca descurar ou desligar do nome que a fez.
Mal entramos, somos encaminhados por um empregado cordial e agradável para uma mesa que em poucos minutos tinha uns petiscos para entrada:
- salsinha crioula grelhada
- chouriço assado
- azeitonas
- favas
- pão fresco e manteiga.
Nada de negativo a apontar. Tudo fresco e de qualidade. As favas estavam apuradas e com bastante sabor.
Para os pratos principais, a escolha foi para um pijaminha de 3 peças:
- Costelinhas. Boas. Não as melhores que já comi, mas boas.
- Arroz de pato. O arroz estava um pouco cozido de mais mas tinha bastante pato.
- Pataniscas de bacalhau com arroz de feijão. Again, boas, mas não as melhores que já comi.
Para acompanhar este pijaminha, foi chamada ao serviço uma 0.37cl de Cadão tinto, um importado de S. João da Pesqueira que mostrou força e taninos suficientes para lidar com esta paleta de sabores. Verdade, quebrei a minha pratica de optar por vinhos da região, mas estava em terras de vinho verde que honestamente não achei a escolha apropriada ... daí ter ido até ao Douro.
Para finalizar, um crumble de maçã, que estava bastante bom e conseguiu dar aquele toque doce ao repasto.
A conta essa, ficou a rondar os 17€/pax, um valor muito em conta, considerando o espaço, o serviço e a qualidade geral da comida.
Repeteco? Pelas minhas palavras acima escritas, jamais alguem diria que esta seria uma das mais dificeis avaliações que já fiz, pois não há nada especificamente, que se possa dizer que estejam a fazer mal. Porém está a escassos metros da Lareira e a minha preferencia recai sobre esta. É simplesmente superior. Só posso, portanto concluir que apenas regressarei ao Tio Pepe, se não conseguir mesa na Lareira. Fui!

Aproveite para seguir o Lambetacho no Bloglovin    Follow

Saturday 12 November 2016

Mais uma história de peixe em Matosinhos

Falar de peixe em Matosinhos é como falar de praia no Algarve ou de neve na Serra da Estrela. Mais uma vez rumamos à mui famosa Rua Herois de França, que para quem não conhece é a tal rua junto à lota, um melting point de spots onde o peixe é rei, e que  ajuda claramente Matosinhos e reclamar o pódio da cidade portuguesa com maior concentração de restaurantes e o status de ser a Meca dos amantes de peixe e mariscos.





Nome: Tito II
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: Matosinhos, junto à lota
Comentário: este fight bem podia ser um quase-repeteco, no sentido que o spot visitado é o bem conhecido Tito II, uma das mais antigas e reputadas casas de peixe e marisco da zona, que não é nem mais nem menos que a casa-irmã do Tito I, anteriormente visitada e publicada aqui.
A experiência de visitar este ou qualquer outro restaurante nesta zona da cidade, começa desde logo com a chegada ao local, de estacionamento dificil, e no percorrer a rua com um sem numero de grelhas a carvão no próprio passeio e esplanadas, que são a escolha acertada quando a metereologia assim o permite. Em cada porta há um spot, onde não falta o típico empregado por norma de sotaque carregado a tentar convencer que a sua casa tem o melhor e mais fresco peixe. No final da rua a nossa própria roupa, depois de passar por tanta grelha e debitar fumaça, já empregnou uma boa dose dos aromas do que melhor se faz por alí. É caso para dizer que levamos connosco no corpo, um pouco de Matosinhos ... literalmente! É algo unico e que deve fazer parte do curriculum de qualquer amante da gastronomia ... ou foodies como são hoje em dia chamados.
Chegados ao Tito II, somos imediatamente instalados, o que considerei um tiro de sorte, pois é comum a casa estar lotada e esperar, é a unica solução. Desta não estava lotada, mas quase. A decoração é simples, funcional e despretensiosa. O staff, esse é eficaz e visivelmente habituado à azáfama que se fazia sentir.
Com algumas entradas básicas na mesa, tais como pão e azeitonas somos convidados a perscrutar a carta que sem surpresa é baseada em peixe e mariscos, se bem que com algumas opções de carne.
A ementa para o dia estava a modos que previamente escolhida, e seria uma cabeça de pescada cozida com batatas e legumes, porém somos gentilmente alertados pelo empregado que esse prato demora cerca de 30min a confeccionar e que sugeria que em situações futuras houvesse um telefonema prévio de alerta. Fica desde já a dica para o comensal/leitor, se for amante do prato.
Aceite a dica avançamos para uma meia garoupa de alto calibre, de mar naturalmente e uma dourada.
Em menos de nada os peixes estavam a ser servidos, e sem surpresa nada de negativo a apontar. A frescura era mais do que evidente, sendo ambos os peixes de um branco imaculado, grelhados no ponto, nada secos dos quais saiam lascas ao toque do garfo. Top! Acompanhavam com batatas assadas e legumes cozidos ligeiramente salteados em azeite de qualidade. Divinal!
Para casar este prato do mar, optamos por um Mural 2015, um branco de entrada da Quinta do Portal. Uma frescura vinda do Douro que se mostrou mais do que à altura do repasto.
Os mais de 2kg de peixe, dos quais nem uma grama ficou na travessa, não deixaram espaço para sobremesa, pelo que saltamos diretos para o café e conta. Essa ficou a rondar os 23€/pax, um valor que em termos absolutos não é propriamente baixo mas que está alinhado com a restante oferta da zona, e diga-se bastante justo para a qualidade apresentada.
Repeteco? O Tito II é ponto de paragem regular nas minhas incursões por Matosinhos. Voltarei e recomendo vivamente a quem não conhece.

Tito 2 Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Aproveite para seguir o Lambetacho no Bloglovin    Follow

Sunday 6 November 2016

Um petisco convincente em Arouca

Terra de muitas qualidades, Arouca é muito mais do que seu monumental convento, a magnifica carne que carrega o seu nome ou mesmo mais recentemente, terra que produziu um dos mais infâmes cop killer e mestre da fuga que tanta tinta faz correr atualmente e proporciona horas e horas de emissão televisa na CMTV! Localizada no interior do distrito de Aveiro, Arouca é lugar de transição entre o litoral e o interior.





Nome: A Tasquinha da Quinta
Data da visita: Setembro de 2016
Localização: Arouca
Comentário: localizado nas ruelas interiores da vila de Arouca, mesmo perto dos Paços do concelho facilmente encontramos A Tasquinha da Quinta. O Estacionamento não é facil, pelo que deverá o leitor/comensal preparar-se para uma curta caminhada, que agradecerá aquando do regresso ao carro para ajudar a moer a refeição e o verde tinto.
A sala é de dimensão média e com uma decoração mista entre o moderno e o tradicional. Logo à entrada deparamos com a cozinha, protegida por um vidro estilo montra onde podemos observar a azáfama do seu staff  e a grelha a carvão onde são confeccionados os grelhados. Bom sinal, para quem acredita que quem não deve não teme e quem se expõe assim não tem nada a esconder!
Esta visita foi a um dia da semana, pelo que encontramos na sala um misto de comensais claramente em trabalho, na sua pausa para almoço com locais mais ou menos novos simplesmente a usufruir de uma refeição. A carta espelha esta configuração de clientes, pois encontramos pratos de diária assim como pratos à carta.
Para o fight a escolha caiu numa dose de tripas, muito bem servida, em tacho de barro cheia de sabor e fortes aromas. A dobrada, ou os callos como chamam os nuestros hermanos, estava bem cozinhada e tenra. O feijão, cozido no ponto, era evidentemente fresco e não de lata. Acompanhava com um arroz branco sequinho, com um bom sabor a louro e alho, criando um conjunto que funcionava muito, muito bem.
Para o aconchego final, como não poderia deixar de ser, optamos pela rainha da terra ... a vitela arouquesa assada no forno. Servida com batata assada e grelos em caçarola de barro, a carne desfazia apenas com o toque da colher. Assada no ponto certo, não estava nem um pouco seca! Divinal a mostrar o porquê da carne arouquesa ter ligar cativo no podio das melhores carnes deste nosso Portugal!
A generosidade das doses, essa deixo os registos fotográficos falarem por sí. As duas doses serviram de sustento a três comensais vividos nestas andanças, com carne a sobrar ... um pecado, mas não dava para mais!
Para maridar com toda esta carne e paleta de sabores, tomamos a decisão ousada de optar pelo verde tinto da casa, um néctar produzido na terra. Arouca é nos vinhos também uma terra de transição entre os vinhos verdes e os maduros que a poucas dezenas de quilometros são produzidos em terras do Dão a leste ou da Bairrada, a sul. A pomada, aromática e com a acidez bem controlada é prova que os vinhos verde tintos estão a renascer e que poderão ser a proxima new thing no que a enofilia diz respeito.
Apesar do pouco espaço ainda disponível, lá conseguimos acomodar a sobremesa, o doce da casa. Uma especie de bavaroise de morango. Estava boa sem deslumbrar ... uma escolha ousada no minímo para doce da casa.
As boas supresas continuaram com a conta: um valor a rondar os 13€/pax, faz da Tasquinha da Quinta um campeão da relação preço/qualidade.
Repeteco: comer assim por este preço?! Hell yeah! Voltarei e recomendo uma visita.



Aproveite para seguir o Lambetacho no Bloglovin    Follow