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Sunday 28 August 2016

Aqui sim, um verdadeiro spot improvável

A descoberta de spots em sítios improváveis pode proporcionar uma sensação comparável à de encontrar dinheiro na rua, em que evidentemente desconhecemos o dono e não há qualquer forma de encontrar a sua origem .... yada yada yada. Pois bem, este spot que vos trago, acredito ter entrada direta para o pódio dos improváveis e como concluírão no final deste texto, acumulará com o prémio de relação preço/qualidade. Rumemos até Taveiro, ás portas de Coimbra, a Cidade do Conhecimento. 



Nome: Restaurante do Mercado Abastecedor
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: Mercado Abastecedor de Coimbra (MAC), Taveiro, Coimbra
Comentário: No mercado abastecedor? um restaurante? porreiro?!? estará o leitor/comensal a questionar se não haverá algum erro. É verdade! Aceito alguma dificuldade no reconhecimento, pois eu próprio sempre tive o (pre)conceito que neste tipo de espaços os estabelecimentos de restauração, serviam um perfil de comensal especifico, de pessoas em trabalho ou em passagem por motivos de trabalho que tipicamente optam por pratos básicos e rápidos. O Restaurante do Mercado Abastecedor, é um exemplo que há sempre uma execeção à regra. A primeira coisa que retemos é que os proprietários não perderam muito tempo a pensar no nome ... restaurante do mercado abastecedor ... no mercado abastecedor ...Outro aspecto a esclarecer, é que apesar do estabelecimento se encontrar dentro do perímetro do MAC está aberto ao público, e não tendo qualquer relação com uma das empresas a operar no seu interior, eventualmente terá de pagar o estacionamento. Nada mais.
A primeira coisa que o comensal vê ao acercar-se da casa é a banca de peixe com alguma diversidade de pescado, que por canais não oficiais, soube que é abastecida diariamente a partir da lota da Figueira da Foz. Mesmo ao lado, temos acesso visual à grelha, onde com mestria são tratados os bichos do mar que os comensais vão pedindo.
Sentados à mesa, e aqui atente o potencial visitante, que a casa enche cedo e rápido, vamos iniciando com umas simples entradas de pão e manteiga. De seguida, uma sopa de legumes em puré, em que a terrina é deixada na mesa para o comensal se servir da quantidade e vezes que quiser. Uma sopa cheia de sabor, que mesmo eu, um não grande fã comi e repeti.
Sem supresa, a carta é forte no peixe, pelo que foi para esses lados que o grupo se virou. Um robalo de bom porte (arrisco dizer perto de 1kg, cuja foto poderá confirmar) para cada dois, com a respetiva guarnição composta por batata assada e legumes cozidos. Servido escalado, de carne branca, a frescura do peixe evidenciou-se. Talvez por algum azar, o meu estaria talvez um pouco mal passado de mais, estando algumas partes um pouco cruas ... porém nada que inviabilizasse as notas positivas a atribuir à casa e ao seu produto.
A generosidade da dose é por demais evidente na foto que convosco partilho. Coube a um pequeno jarro do branco da casa, acompanhar o peixe. Não retive a origem do vinho, mas tinha frescura e bons aromas a fruta. Cumpriu na perfeição a tarefa que lhe estava destinada.
Apesar de saciado, houve ainda vontade de experiementar uma sobremesa da casa, uma tarte de queijada. Boa, sem deslumbrar, mas aparentemente caseira. Conseguiu fechar o fight com um toque a doce.
A conta foi (mais uma) agradável surpresa ... não chegou aos 10€/pax!! Comer peixe fresco em porções generosa, com sobremesa e vinho abaixo dos 10€/pax é obra!
Repeteco? Felizmente, por diversos motivos serei obrigado. Yes!

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Saturday 27 August 2016

Mais uma dica para o outro lado do rio

Encontrará o leitor, neste repositório de útil informação no que aos assuntos do tacho diz respeito, várias  peças foto-jornalísticas de elevada qualidade e grande valor informativo, da margem sul (leste). O spot que hoje visitamos e analisamos, é uma casa feita com créditos firmados ... vamos lá.






Nome: Girassol
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Sarilhos Grandes, Montijo
Comentário: a vista ao Girassol ocorreu porque nesse preciso dia de semana era o descanso semanal da Casa das Enguias, um dos, se não O grande monumento à gastronomia da zona do Montijo. A casa localiza-se à face da N11, com estacionamento privativo e fácil. O aspeto exterior não faz prever a opção estética para a decoração interior, com candelabros no tecto e mobiliário escuro e com aspeto designed in Paços de Ferreira, que confere um ar semi-formal, indicado para almoços de trabalho menos ligeiros.
Imediatamente são servidas, por um staff que podemos considerar atencioso e afável, entradas compostas por salada de polvo, salada de pimentos e o habitual pão com manteiga. Estava bom sem deslumbrar ... nada mais.
A carta sem supresa, é composta por comida tradicional portuguesa, com alguma diversidade tanto de carne como em peixe. Porém, a escolha acabou por recair numa das especialidades, o rabo de boi! Sim ouviu bem. Nacos da dita peça, guisados num molho grosso e intenso, um festim para os adeptos do "chuchar" os ossos.  Pedimos também nacos de bochecha de porco, cozinhados de forma idêntica ao rabo de boi, ou seja guisado. Carne de qualidade e saborosa. Acompanhava com batatas fritas caseiras e esparregado. Estava tudo saboroso e com evidente cuidado na sua confecção, porém achei as doses pouco generosas. Aliás, pouco generosas é por si ser generoso ... achei as dose claramente insuficientes. Mesmo numa relação 1 dose = 1 comensal a coisa pode ficar curta, para os de mais alimento.
A carta dos vinhos, em alinhamento com o look and feel da casa é composta pelas grandes referências das mais diversas regiões do nosso país. Para este fight ficou a cargo de uma Quinta De La Rosa tinto, a tarefa de maridar com os fortes sabores da carne guisada. Sem supresa, este clássico do Douro atingiu o objetivo.
Por motivo de gestão de tempo, não houve possibilidade de avançar sobre a carta das sobremesas, o que deixa o fight a modos que incompleto, reconheço.
O valor de um fight no Girassol fica na casa dos 20€ a 25€/pax, o que não sendo um valor propriamente baixo, não está desenquadrado do espaço e serviço.
Repeteco? Honestamente, só vou ao Girassol quando a Casa das Enguias está indisponível ... porque considero as Enguias superior não só na comida como na generosidade das doses e no carisma do proprio espaço. Portanto, voltarei mas apenas se!   

Girassol Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Wednesday 24 August 2016

Tapas e petiscos num sítio improvável

A localização do spot que vos trago hoje para análise é para mim sítio de passagem frequente e longe de ser considerado uma Meca da gastronomia. Desta, vamos até Nogueira da Maia, arredor da Maia, suburbio da grande nação Azul e Branca. 






Nome: D. Pernil
Data da visita: Julho de 2016
Localização: Nogueira da Maia
Comentário: a casa pouco tempo de vida tem e desde então tenho guardado uma vontade de a visitar. Por motivos de logística pessoal/familar eis que surgiu a tal oportunidade há tanto esperada. Honestamente, não sabia bem o que esperar ... até então, apenas tinha ouvido opiniões avulso, porém todas positivas, que no D. Pernil se podia degustar uns petiscos de cozinha tradicional portuguesa. Apesar do fight ter ocorrido em plena época de férias numa zona que tipicamente esvazia no período, a casa estava completamente cheia, o que à partida confirmava as notas positivas. A decoração interior é simples e despretensiosa e exposta numa das paredes um quadro de ardósia com toda a ementa disponível, elaborada à base de petiscos da nossa boa cozinha. A minha escolha para o fight foi basicamente feita à vista do que ia indo para as mesas:
- papas de sarrabulho
- sandes de pernil com queijo da serra, a especialidade da casa
As papas estavam fantásticas, com bom sabor a cominhos, exatamente como eu gosto. Nada de negativo a apontar. Sem ficar atrás a sandes estava também fantástica, feita com pão fresquinho, aparentemente acabado de fazer, carne tenra e saborosa bem envolta no queijo, na quantidade certa de forma ao forte sabor não anular os restantes aromas da iguaria. Coube ao tinto da casa, servido a copo, acomodar os fortes sabores das papas e da sandes, tarefa que cumpriu com facilidade. Não tive oportunidade de indagar a origem do néctar.
Apesar do pouco espaço disponível deixado pelas papas e pela sandes, houve vontade  de provar a sobremesa do dia, bolo de chocolate. Com uma cobertura tipo brigadeiro, massa fofa e húmida, estava um pouco doce de mais, porém cumpriu a honrosa tarefa de fechar o fight.
Com um peso enorme na consciência, pela abuso nutricional que tinha acabado de praticar, pedi a contar que rondou os 8€/pax, um valor justo pela refeição que proporcionou.
Não queria terminar sem mencionar, o staff que é atencioso e simpático e o serviço que peca por ser um pouco lento, que em momentos de maior pressa pode causar algum stress.
Repeteco? Pela natureza da carta, a não ser que seja imune ao colesterol e/ou hipertensão, não é um spot que possa ser visitado diariamente. Porém, é um sítio de excelência para apreciar petiscos de cozinha tradicional portuguesa, numa zona que não prima propriamente pela excelência gastronómica. Tem portanto tudo para dar certo, e podem contar comigo para futuros fights.

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Tuesday 23 August 2016

Um fight que não chegou a ser ...

Eis que é chegado o momento de fazer um post de um não-fight. Era dia de repeteco, pelo que o sítio é já conhecido (ver aqui). Rumemos à Figueira da Foz:


Nome: Forte Santa Catarina
Data da visita: Julho de 2016
Localização: Figueira da Foz
Comentário: a expectativa era grande, mais ainda por estar reunido um grupo de experimentados comensais desejosos de meter o dente num belo rodízio de marisco. Sendo aproximadamente 14.15h, tivemos o cuidado de ligar para o spot a confirmar se nos receberiam, caso chegassemos até ás 15h. Perante resposta positiva, fizemos os 30kms que nos separavam da bela Figueira da Foz, das finas areias brancas imortalizadas pela voz de Maria Clara. Demos entrada no Forte Sta Catarina uns minutos antes das 15h, já com o pensamento completamente toldado pela imagem do rodízio, quando somos recebido por uma colaboradora que com uma expressão empedernida, encetou num diálogo mais ou menos nesta linha:
- Já são quase 15h. A cozinha já fechou.
- Mas acabamos de ligar para cá! Disseram que nos recebiam. Chegamos dentro da hora. - retorqui eu, ainda com a esperança que o bom senso imperasse.
- Pois, lamento, não será possível. - reforça a colaboradora.
- É possivel falar com quem nos atendeu o telefone. Não sei o nome. - pedi eu.
- Deve ter sido algum colega do turno anterior, que já saiu. Lamento.
- Conduzimos 30 kms de PROPÓSITO para vir cá... - ainda eu, com alguma réstia de esperança
- Pois, lamento  - continuou a mesma expressão.
- Sugere alguma coisa, que possamos comer? - continuei eu, já vencido.
- Sim, podem sempre procurar num dos restaurantes da marginal ... a esta hora não sei...

Uau! Uma empresa que recomenda aos clientes que procurem na concorrência. TOP!
Ainda no próprio dia, deixei uma mensagem a partir do formulário de contacto no site institucional (http://fortesantacatarina.com/) ... 2 dias depois, sem qualquer resposta. Foi então que tentei o contacto via o messenger do Facebook, e aí sim, fui contactado de forma cordial por um senhor que assinou como Nuno, que pediu desculpa e assegurou que iriam averiguar se a situação efetivamente ocorreu como eu tinha dito ... é sempre agradável duvidarem da nossa palavra. O assunto está desde então, como a casa está para mim ... morto! Não obtive mais feedback por parte do Forte Sta Catarina.
Podia enumerar 2 ou 3 coisas que correram mal, mas não o vou fazer. Que se lixe ...
Duas notas de relevo:
1 ) Fomos servidos num restaurante alguns metros abaixo, sem qualquer constrangimento. Não há portanto qualquer lei camarária que impeça cozinhas de trabalharem na Figueira após as 15h.
2) No Tripadvisor, o Forte Sta Catarina, tem uma cotação de 3.5, não é grande coisa ... significa que não é consensual ... há trabalho a fazer, definitivamente.

Aceitam-se dicas e sugestões sobre rodizios de marisco na zona!!  Partilhem ...

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Vamos brindar com vinho verde, que é do meu Portugal

Saudosas palavras de Paulo Alexandre, eternizadas na sua canção Vinho Verde, um hino ao Minho, terra com uma gastronomia unica. Em dia de calor a sério, evento pouco comum em terra de nortada, rumamos à pitoresca vila de Fão, pedaço de terra entre o Atlântico e o rio Cávado. 






Nome: Rita Fangueira
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Fão, Esposende
Comentário: o spot é já um velho conhecido, não por casa de pasto, mas sim pela sua pasteleria, especificamente por ter sido onde surgiu o folhadinho, um pastel de folhado com doce de ovos um dos ícones da terra. Já lá iremos. Já não sei exatamente qual o motivo, mas a verdade é que acabamos à porta da Rita Fangueira em dia de Domingo solarengo em plena hora de almoço. Sala cheia com alguns comensais à espera no exterior, dão sinal positivo sobre o fight que se avistava.
A sala possui uma decoração simples, despretensiosa e é uma autentica viagem aos anos 70, década em que provavelmente a casa foi fundada. Atenção, não é uma crítica! Somos instalados, por um staff extremamente simpático e com evidente intenção de bem receber, numa mesa à janela onde pudemos usufruir de uma vista sobre uma das alamedas da vila com o Cávado ao fundo. Enquanto, estudávamos a carta, fomos aligeirando a fome com umas entradas compostas por broa com chourico, bolinhos de bacalhau e pão do tipo regueifa com manteiga das Marinhas, que para quem não sabe é uma freguesia de Esposende mais a Norte. Nota positiva pela opção de um produto da região. A carta é diversificada q.b. tanto em carne como em peixe, sendo facilmente perceptível que é no peixe que a casa aposta os seus esforços. Faz sentido! Sem grande hesitações recaimos a escolha sobre os filetes de polvo com arroz do mesmo e uma feijoada de polvo. Sim, feijoada de polvo! Surpreso? Pois, eu também. Uma inovaçao ... pelo menos para mim.
Rapidamente, fomos servidos, sempre de forma simpática e com evidente vontade de bem receber, reforço. A feijoada de polvo era visivelmente rica, com bons nacos de polvo tenro, mexilhão e gambas de bom calibre. Tinha tudo para correr (muito) bem se não fosse por facto de ... o feijão ser de lata ... quase de certeza. Se não era, peço desde já desculpa, parecia. Mole e sem sabor. Algo inaceitável, mais ainda em terra de lavoura. Já os filetes de polvo, estavam uns pontos acima da feijoada, mas também sem deslumbrar. O arroz então, estava demasiado cozido e podia ter mais sabor. Desiludiu, mais ainda quando é apontado como o prato bandeira da casa.
Para acompanhar, de outra forma não poderia ser, optamos pelo verde da casa:
- De onde é este verde da casa? - pergunto eu.
- Felgueiras? - responde de forma simpática a funcionária.
- Felgueiras?? - questiono eu de novo, um pouco surpreso.
- Sim. Já usamos um vinho da região, mas as pessoas não gostavam ... não era grande coisa. Mudamos.
WTF?! Da janela, no horizonte quase se vê o limite do concelho de Barcelos! Não arranjavam vinho verde de qualidade mais perto?? Desabafo meu ... valeu a honestidade quase ingénua. Importa referir que o dito verde de Felgueiras era bastante bom, com um algum pico, acidez moderada e bons aromas a fruta. Mais ainda a 4€ a de 0.75cl ... não poderia pedir mais.
Eis que chega a hora de avançar para a sobremesa. Há um doce da casa, o qual consegui visumbrar logo à chegada e que a explicação da funcionária confirmou a minha dúvida: recordam o início do texto, em que mencionei, os folhadinhos, a especialidade da casa? Pois bem, o doce da casa era um bolo servido ás fatias que era nem mais nem menos do que uma versão gigante do dito folhadinho. Cada fatia corresponderria certamente a 4 ou 5 folhadinhos. Deveria conter um letreiro a dizer "Perigo de morte para diabéticos e hipertensos"! Delicioso, simplesmente! Um grand finale.
Pedida a conta, somos confrontados com um valor a rondar os 11€/pax! Objetivamente falando, um valor muito em conta para a refeição apresentada com vinho e tudo.
Repeteco? a comida ficou bem abaixo das expectativas, com o uso de feijão de lata a ganhar a medalha de latão. O próprio filete de polvo e o arroz do mesmo, também ficaram aquém das expectativas. Não estou a desaconselhar explicitamente uma visita, porém há coisa boa na zona pelo que não creio lá voltar tão cedo.

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Sunday 7 August 2016

O novo o velho Douro em perfeita harmonia

Restaurantes repletos de comensais das mais diversas nacionalidades ... uma mescla de linguas e culturas ... uma economia fortemente potenciada por um turismo com razoável ou mesmo grande poder de compra. Estaremos numa capital europeia ou numa das mais trendys zonas balneares? Nada disso! Estamos em pleno Peso da Régua, porta de entrada no Douro vinhateiro, onde o velho se une com o novo, para dar lugar a uma região com características unicas no país, ou mesmo na Europa.





Nome: A Tasquinha
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Peso da Régua
Comentários: o Douro está a viver um novo momento, de grande crescimento e procura. O seu principal activo, sem dúvida que é o vinho e o enoturismo que o mesmo atrai. Sempre que por lá estou questiono se poderá o Douro competir com as grandes regiões viti-vinicolas da Europa, como a Rioja de nuestros hermanos, Champagne dos franceses ou a Toscânia dos italianos ... pode! E é precisamente pelo facto de ainda possuir uma honestidade e pureza, características das suas gentes, que arrisco dizer que compete e pode ganhar! Talvez ainda falte criar uma gama média de serviços e estabelecimentos ... a atual oferta está muito particionada entre a alta gama, e consequentemente cara, e o muito básico, imagem do unico tipo de oferta disponível na era pré-boom. Mas é nesta linha que ainda é possivel encontrar spots fantásticos e honestos, onde podemos degustar o melhor que a gastronomia douriense tem para oferecer. A Tasquinha é um desses spots, localizada no centro da cidade do Peso da Régua, com uma decoração simples e despretenciosa. A simpatia do seu staff, composto pelo proprietário e a sua familia, é evidente mal entramos. A carta não sendo muito extensa tem algumas referências tanto de peixe como de carne. Para este fight já tinha algo em mente ... a posta maronesa! Maronesa é uma classificação DOP (Denominação de Origem Protegida) atríbuida a carnes criadas na região de Trás-os-Montes, com determinadas características, que podemos de forma resumida descrever como MUITO BOA!!! Sendo o grupo grande, além da posta foi também escolhida a vitela assada com batata. Em pouco tempo somos servidos e eis que começa uma verdadeira sinfonia de aromas e sabores ...
A posta, um naco de carne de generosas dimensões é servida em fatias, que permitem visualizar o esmero aplicado na grelha. Nem demasiadamente cozinhada, mas q.b. o suficiente para agradar aos menos fãs de carne mal passada. O empratamento é da responsabilidade de quem serve, ou seja o proprietário, e é por si só um autentico ritual, com a abertura das batatas a murro em quatro gomos e devidamente regadas com o molho da posta rico em azeite de qualidade. Acompanha com cebola, pimento e uns cogumentos salteados. Não exagero quando afirmo que é a melhor, ou pelo menos das melhores postas, que já provei. Carne tenra e cheia de sabor. Até os cogumelos, que numa primeira análise dir-se-ia algo deslocados, provam ser uma mais valia ao prato. Findo o primeiro prato foi tempo de me virar para a vitela assada, tarefa nada fácil depois de ter iniciado com a posta.  Sem surpresa, atrás da posta, mas também muito boa. Tenra e cheia de sabor. Acompanhava com uma salada, cujos legumes eram visivelmente caseiros, a ver pelo tomate coração de boi, bem maduro, com uma intensidade de sabor que só o caseiro proporciona. Deixo a imagem falar por si.
Para "moer" toda esta carne, foi chamado, como seria de esperar o tinto da casa, um néctar produzido pelo pai do proprietário a poucos kms da Régua. Um verdadeiro filho da terra portanto. Boa estrutura, acidez, taninos evidentes e sabor a fruta como só o sol duriense consegue proporcionar. Esqueça portanto a lista de vinhos e vá para o da casa, que não se irá arrepender.
Apesar do pouco espaço para a sobremesa, houve ainda vontade de experimentar um pijaminha onde foi possível provar um pouco de cada uma das iguarias caseiras disponíveis na carta. Sem surpresa, todas (muito) boas. Como cortesia da casa, um copo de vinho de porto, também ele de produção caseira.
Já tarde ia avançada quando se pediu a conta. Um valor a rondar os 14€/pax, faz da Tasquinha um verdadeiro campeão da relação preço/qualidade. E não é preciso incidir sobre o preço para considerar a casa um achado ... só a qualidade da comida fa-lo-ia por si só!
Repeteco? A Tasquinha é ponto de paragem obrigatório no roteiro do Douro. Se irei voltar? Sem dúvida.

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