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Sunday 26 June 2016

Proibido usar gravata!

O dia, estava todo ele destinado para percorrer a nossa bela cidade capital o que representou uma oportunidade para conhecer um spot com fama antiga e sobre o qual não tinha tido eu até então, privilégio de frequentar.




Nome: Adega das Gravatas
Data da visita: Maio de 2016
Localização: Lisboa, zona de Carnide
Comentários: a manhã começava a arrastar-se pela tarde dentro e com ela a necessidade de repor a carga energética. Aproveitando o facto de estarmos pela zona de Carnide, foi logo sugerida uma visita a casa antiga onde "se comia muito bem e havia imensas gravatas penduradas a decorar a casa". A Adega das Gravatas está localizada naquele miolo de Carnide onde outrora houvera bairros operários de casas baixas e ruelas em pedra. A entrada é discreta e dá acesso à sala de jantar onde efetivamente a decoração à base de gravatas, que só pelas cores e modelos disponíveis nos convida imediatamente a uma viagem retrospectiva no tempo. Rapidamente instalados por um staff energético e eficiente é-nos apresentado um pequeno sortido de entradas composto por pão, gambas, queijo, presunto e polvo em molho de vinagrete. O bom paladar e frescura de tudo foram a confirmação daquilo que o olhar adivinhava.
Enquanto tratavamos de consumir as entradas, fomos analisando a carta, que se apresentava com bastante diversidade tanto em carne como em peixe. Sabendo antecipadamente que o polvo era uma das especialidades da casa, ficou desde logo escolhido como o prato que iria abrir o fight. Também ficou acordado entre os comensais que se faria um pequeno pijaminha, para que fosse dada a oportunidade de provar pelo menos mais um pitéu da casa ... coube ás pataniscas com arroz de berbigão a honra.
O polvo fez jus á fama e provou ser digno embaixador da casa. Tenro e grosso, bem salteado em azeite e alho foi servido com batatas assadas, feijão verde também ele salteado em azeite e alho, cenoura e tostas de pão que absorveram o azeite e o sabor a alho, dando um toque de genialidade ao prato. Sem máculas, portanto!
Finalizado o polvo, foi vez de passar ás pataniscas, que de forma consensual entre os comensais estavam uns valentes pontos abaixo do fantástico polvo. Seria mais correto chamarem filetes de bacalhau, pois na pratica assemelhava-se mais a filetes fritos do que a pataniscas, onde esperavamos encontrar uma massa fofa. Por outro lado o arroz de berbigão acabou por conseguir repor os níveis de confiança no topo ... cozido sem ser em demasia, com calda grossa e cheio de sabor a mar. Um portento! 
Relativamente, à generosidade das doses, nada a apontar ... mais do que suficientes mesmo para comensais mais exigentes em termos nutricionais.
Por motivos práticos e porque o dia ainda estava a começar, optamos por não beber vinho, e limitamos à cerveja (uma só) a tarefa de acompanhar a comida. Reconheço que possa ter sido limitador ... houve porém espaço para deitar um olho rápido à lista de vinhos, que serviu para verificar ser a mesma diversificada com referências de todo o país e com preços alinhados com o mercado.
Decisão idêntica para a sobremesa ... saltamos. Ficaria para uma proxima visita.
Em termos de valores, ficou a rondar os 13€/pax. Porém este valor não é de todo representativo do que será um fight aqui, pelo facto de termos optado por cerveja e sem sobremesas. Um fight com tudo aquilo a que temos direto, deverá ficar por valores na casa dos 20€/pax ... condicionado, obviamente pelas escolhas que forem feitas, especialmente ao nivel do vinho. É no entanto um valor ajustado à casa e à qualidade apresentada.
Repeteco? Apesar das pataniscas terem sido um tiro ao lado, toda a restante refeição é merecedora de reconhecimento. Um repeteco é claramente obrigatório, desta com mais tempo e calma para que se possa visitar os vinhos e as sobremesas.


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Sunday 12 June 2016

Um pequeno tesouro escondido à beira Tejo

Quer o destino e os afazeres, que de vez em vez tenha de me deslocar ao eixo Alverca-Vila Franca de Xira, conhecido pelas suas bucólicas paisagens ... brincadeira! Agora falando a sério: sim, de vez em vez vou para a zona e felizmente tenho sido abençoado com a descoberta de spots onde podemos simplesmente usufruir de honesta comida portuguesa.


especialidade da casa: bacalhau


delicia de Oreo ... uma especialidade da casa
Nome: O motorista
Data da visita: Abril de 2016
Localização: Forte da Casa, Vila Franca de Xira
Comentario: em dia de visita à zona, foi colocado a este grupo de comensais um dilema, com carga dramática equivalente ou superior à clássica pergunta "gostas mais do papá ou da mamã" que era: repeteco a um dos grandes clássicos da região ou avançar para um novo spot? A pergunta não era de fácil resposta pois o clássico era nada mais que o sempre seguro Cantinho da Adanaia, em tempos visitado e perscutado aqui. Pusemos de parte os nossos receios e o normal impulso de ficar sob o conforto do conhecido, e rumamos ao Motorista, uma casa conhecida por um dos comensais presentes, simplesmente descrito como uma "tasquinha onde se come um bacalhau fanstático". Estava decidido!
O estacionamento é de uma forma geral dificil e poderá obrigar a uma curta caminhada até ao local. A entrada é discreta ao ponto de passar despercebida aos mais distraídos. No interior, a decoração é  simples e funcional, e a capacidade completamente lotada é o primeiro sinal que o se avizinha promete. Tivemos inclusivé de aguardar uns 10-15min para ter mesa, que aproveitamos para fazer reconhecimento visual dos petiscos que estariam à nossa disposição. O roteiro estava mais ou menos já traçado e ia passar pelo famoso bacalhau da casa, porém após leitura e análise ao cardápio constatamos que era dia de favas com chouriço o que levantou um imenso dilema moral que apenas foi sanado com a sensata decisão de fazer um pijaminha ... começariamos com as favas e finalizariamos com o bacalhau. Nestas coisas, "augar" é que não! Em caso de dúvida mais vale provar de tudo, do que ficar mais tarde a "cismar" se tomamos a decisão certa.
Após um curto periodo de espera, eis que o fight se iniciar com as favas. Bem cozidas com molho grosso e toque a hortelã arrisco dizer que estas favas entraram para o meu top 5. Costela, murcela, chouriço e farinheira davam riqueza e consistência ao prato. Só coisas boas a dizer, sem sombra de dúvida e eis que é chegado o momento de passar ao bacalhau, a especialidade da casa. Frito em azeite com molho de cebola e batata frita, foi deposto na mesa com o azeite ainda a ferver, prova cabal que tinha acabado de ser confeccionado. Posta alta e branca do lombo ás lascas servida em pûcara de barro ... cheio de sabor. Muito bom!
As porções são generosas e as meias doses chegam perfeitamente para um comensal ávido de alimento. Todo o repasto foi acompanhado pelo tinto da casa, da zona de Aveiras. Frutado e fácil, mostrou corpo e taninos suficientes para aguentar ambos os pratos, tarefa não propriamente fácil. Aprovado, portanto.
Apesar de saciados, houve ainda espaço para adoçar a boca e a escolha foi para uma especialidade da casa, uma delícia de natas e Oreo ... sim, as Oreo do anuncio "separa, lambe, molha e come". Uma sobremesa simples e quase infantil, mas cuja frescura finalizou em grande o fight ... keep it simple!!!

A conta ficou pelos 11€/pax, um valor muito em conta para o que é oferecido.
Repeteco? sem dúvida que sim! O Motorista passa a figurar no roteiro da região.

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