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Saturday 26 March 2016

Samouco com sabor a mar

O Samouco consegue proporcionar momentos de calma e tranquilidade, algo que poderá surpreender alguns, especialmente quando nos apercebemos que estamos às portas da cidade capital. Aqui o peixe o marisco estão em destaque, pela ligação destas gentes ao Tejo e frutos que ele dá.





Nome: Marisqueira do Samouco
Data da visita: Março de 2016
Localização: Samouco, no centro da vila
Comentário: a vista à Marisqueira do Samouco, reconheço foi uma segunda escolha. Era um jantar de amigos e o objetivo estava já bem definido: massada de sapateira. Sim, o desejo era experimentar a massada de sapateita num spot de Setúbal, cujo nome não irei para já revelar, mas que por ser segunda-feira se encontrava fechado. Não querendo desviar do objetivo, até porque a imagem da massada estava enraizada no pensamento de todos e só a mera hipótese de repensar a estratégia era motivo de angustia, há que encontrar novo spot com capacidade técnica e logística para saciar o desejo de massada de sapateira. Quis o destino que os nossos desejos fossem satisfeitos e rumamos ao Samouco em busca da Marisqueira do Samouco. Chegados ao centro da vila, e depois de um dificil estacionamento, entramos na Marisqueira, uma casa ampla, limpa e com uma decoração despretenciosa que era um convite a tirar a gravata e usufruir das coisas simples da vida. A carta como seria de esperar é rica em marisco e peixe, em que há alguma oferta de carnes, mas que por motivos obvios deixamos de parte. O fight iniciou com uma entrada de amêijoa à bulhão pato e pão torrado com manteiga.O sabor do bivalve aromatizado com os coentros, intervalado com o pão, mantiveram em alta a expectativa do que aí viria. Finda a entrada, avançamos para a estrela da companhia, a tão aguardada massada de sapateita. Servida em tacho de ferro, uma generosa porção de cotovelos de massa com lascas de sapateira, coentros e gambas rijinhas q.b, foram uma montra do melhor do que se pode fazer com imaginação, talento e ingredientes de qualidade: divinal, soberbo ao ponto de não ficar um unico cotovelo no prato e no tacho, e repito a dose era bem generosa. Servida em pratos de sopa, à moda da nossa casa e comida à colher declaro aqui, que a massada de sapateira da Marisqueira do Samouco é um dos melhores pitéus que retenho memória, dos ultimos tempos. Mais ainda, pela diferenciação do prato em si... massada de peixes e mariscos não é propriamente algo consensual e se no sul facilmente se encontra quem o providencie no norte a conversa é ligeiramente diferente.
Já com o fundo do tacho à vista e estômagos devidamente saciados, decidimos que por uma questão de ética e coerência deveriamos avançar para a sobremesa. Sem grande surpesa, a carta não impressionou. Além de gelados e fruta havia o típico doce da casa, adivinhe-se ... de nata, bolacha e leite condensado. Após um breve, mas determinado, momento de reflexão foi decidico por unaminidade que a sobremesa passaria por uma travessa de camarão, perceves e burriés, aka, buzios ou caracol do mar. Feliz a hora em que se tomou tal decisão: foi uma explosão de sabores do mar. A frescura era evidente e estava tudo cozinhado na perfeição. Estranho nome o de burrié ... sim é verdade, há uma semelhança visual entre ambos os elementos organicos mas definitivamente não queremos pensar num quando estamos a comer o outro.
Escusado será dizer que as várias fases deste fight foram acompanhadas por um branco, servido em jarro, que nos foi informado ser da região de Pegões ... um filho da terra, portanto. Por isso, parabéns à casa pela escolha. O branco era simples, fresco e aromático ... mais não se poderia pedir.
Um café e uma conta de 25€/pax, fecharam as festas. Um valor muito em conta, para tal festim de frutos do mar. Ah, é verdade, o staff eficiente, simpático faz-nos mesmo sentir em casa.
Repeteco? Tão seguro como o sol nascer amanhã. A Marisqueira do Samouco, passou a figurar nos pontos de passagem obrigatório para quem anda por aquelas bandas. Adorei ... muito!

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Friday 25 March 2016

Agora pode pesquisar os restaurantes visitados diretamente no mapa!

A ideia já era antiga: organizar os fights no Google Maps de modo a facilitar a vida aos comensais na sua busca do próximo spot a ser visitado. Em viagem ou na sua cidade natal, basta apontar para zona geográfica e pesquisar os fights travados na área.


Depois é só clicar no sítio escolhido, saltar diretamente para o post e decidir se esse vai ser o próximo sítio a conhecer.

"Never have a bad meal again"



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Sunday 20 March 2016

Uma varanda com vista para a serra

Reconheço nunca ter percecionado o verdadeiro valor do património cultural que a região da Serra da Estrela possui, até bem recentemente. Seja pela qualidade da hotelaria, restauração, as paisagens e principalmente pela arte de bem receber das gentes da terra a Serra passou a ter um lugar muito especial no meu imaginário. Só é pena ser tão longe. Desta fomos até uma varanda muito especial com vista para a Serra.






Nome: Varanda da Estrela
Localização: Penhas da Saude, Serra da Estrela
Data da visita: Janeiro de 2016
Comentário: a 1500m de altitude chegamos ás Penhas da Saúde, um dos pontos mais altos de Portugal Continental. Aqui a paisagem é de montanha em que o branco da neve domina nos meses frios de Inverno. A uma walking distance do famoso Hotel da Serra da Estrela encontramos a Varanda da Estrela, um spot muito bem classificado no nosso amigo Tripadvisor. Chegados ao local a meio da semana, fora de qualquer periodo alto, encontramos um parque de estacionamento bem composto de viaturas ... o 1º sinal positivo. O interior, com decoração tipicamente serrana, estava cheio de comensais nacionais e estrangeiros (!), que nos leva ao 2º sinal positivo. Fomos acomodados na ultima mesa disponível, por um staff genuinamente simpático e hospitaleiro, mas isso é algo que deixamos de estranhar nesta região. O frio pede jantares reconfortantes à lareira com tintos e encorpados e a carta da Varanda da Estrela corresponde a 100% com pratos de comida tradicional beirã. O fight começou com a entrada serrana composta por queijo da serra, murcela, azeitonas, uma especie de pickle de beterraba e uma pasta para barrar bastante picante, à base de mostarda e especiarias. A pasta é mesmo picante, porém a murcela estava divinal e os queijos, relembram-nos que estamos na Serra da Estrela.
A carta é diversificada, porém a escolha estava já feita e era para o prato especialidade da casa, o arroz de zimbro. Zimbro, é um arbusto cujas folhas e bagas são usadas para tempero que dá um sabor silvestre ao prato ... parecido, diria eu, com a carqueja. O arroz servido em púcara de barro com carnes e enchidos, malandrinho acompanha com uns legumes salteados bem temperados com vinagre. Os sabores do zimbro e do vinagre são fortes e diferentes daquilo a que estão a maioria dos comensais estarão habituados. Porém o resultado final é fantástico, com um prato cheio de aromas e sabores que para sempre recordarei pela diferença e novidade que proporcionou. Ainda houve oportunidade de provar a vitela assada também servida em púcara de barro a acompanhada com batata. Deliciosa, sem dúvida, mas a sua banalidade ficou ofuscada pelo "exotismo" do arroz de zimbro.
A maridagem do lado do vinho ficou a cargo de uma 0.37cl de um Quinta dos Currais 2013 tinto, da zona do Fundão elaborado com touriga nacional, aragonês, castelão e rufete. Este tinto é cheio de estrutura com taninos evidentes e bons aromas a fruta madura. Conseguiu dominar na perfeição a complexidade do arroz de zimbro e da vitela também. Nota positiva, pela opção de usar um vinho da região para vinho da casa ... uma oportunidade para experimentar algo de fora das grandes regiões vinicolas.
Escusado será dizer, que à semelhança do que, de uma forma geral encontramos por toda a região, as doses são generosas, capazes de satisfazer os comensais com maiores necessidades nutricionais.
Coube a um pudim a finalização do fight que não sendo mau, não foi suficiente para ficar para sempre marcado.
O festim ficou a rondar os 15€/pax, um valor muito em conta para o fight em causa ... pela qualidade, diferenciação dos pratos, serviço e generosidade das doses. A isto juntar uma imagem e paisagem digna de um postal de Natal.
Repeteco? Sem duvida. A Varanda da Estrela é paragem obrigatória no roteiro da serra.

blogging.pt ... um sítio para seguir o que se faz na blogosfera


A blogosfera é realmente uma comunidade imensa onde de tudo se fala e se discute. Reconheço que nem eu proprio tinha esta noção, quando decidi pôr em papel (salvo seja ... a blogosfera é o novo papel e caneta do antigamente) as experiências por mim vivênciadas nesta vida de lambetacho.

Foi então que encontrei este sitecriado e mantido por malta portuguesa que ajudam na divulgação de blogs. Congrats pelo trabalho e pela ajuda a fazer chegar a mais e mais gente as palavras que há para dizer.



Para lá chegar:

Saturday 12 March 2016

De volta ao Chiado ... em italiano

O Chiado, à semelhança de outras zonas trendy da nossa cidade capital, palpita de vida e diversidade. Escolher um spot para repasto é um exercício de sorte tal é a oferta com que somos confrontados. Desta, a escolha foi para um italiano, cujo nome é já conhecido noutras paragens da capital e que agora espera os comensais na baixa.


Nome: Mercantina
Localização: Chiado, baixa de Lisboa
Data da visita: Janeiro de 2016
Comentários: a visita ao Mercantina no Chiado foi de ocasião ... em trânsito pela zona na hora de almoço e à vista de um nome já conhecido, fez com que o Mercantina fosse a escolha. O interior, decorado com tons de madeira dá um ar acolhedor. À semelhança do que tipicamente encontramos nos restaurantes da zona, a clientela é cosmopolita e com grande presença de turistas. O staff não sendo nem simpatico nem o contrário, recolhem o pedido  e colocam umas focaccias enquanto aguardamos pela prato. Reconheço que as ditas focaccias estavam boas, com a base estaladiça e fresca. A carta como seria de esperar é de base italiana que varia das pizzas, pastas e pratos italianos de carne. Admito que na altura do fight desconhecia que a Mercantina era a detentora de uma estrela Michelin na categoria das pizzas e, provavelmente, erradamente a escolha foi para o esparguete com almondegas. Não estava mau, mas não supreendeu ... banal ... igual a tantos outos sitios. Um simples cerveja acompanhou o repasto, pelo que não tive oportunidade de escrutinar a carta de vinhos. Saltamos sobremesa e fomos diretos ao café.
Feitas as contas, um simples almoço (sim, mais simples era impossível) fica a rondar os 15€/pax. Um valor elevado para a simplicidade e banalidade da refeição. Não entendam mal ... não vou dizer que estava mau ou que fomos mal atendidos, mas era banal ... sim, a palavra certa é: banal.
Repeteco? Vou dar mais uma hipótese à casa, mas desta para experimentar as pizzas premiadas ... só mesmo por isso.

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Saturday 5 March 2016

Nos locais recônditos da Serra da Estrela

Reza a história que el-rei D. Sancho I, na sua tarefa de povoamento das elevadas altitudes das beiras, necessitou de tomar um "folegosinho" após subir 900m da agora Serra da Estrela e ficou então assim batizada esta magnifica aldeia beirã que deslumbra pelas suas vistas, gentes e claro está, a gastronomia. Aqui o tacho é coisa séria. Pratos fortes, doses generosas e uma forma de receber que dá vontade de voltar.







Nome: O Albertino
Localização: Folgosinho, Gouveia
Data da visita: Janeiro de 2016
Comentário: a visita ao Albertino estava já planeada e uma passagem pela região foi a desculpa perfeita. A localidade de Folgosinho, é de díficil acesso. Os 900m de altitude feitos de estradas sinuosas permitem desfrutar de uma fantástica paisagem sobre o Parque Natural da Serra da Estrela. Chegados à vila, facilmente se encontra o Albertino. Uma casa simples, onde a entrada é feita pelo piso térreo onde opera o café do Albertino. Umas escadas conduzem ao piso superior onde está instalada a sala do restaurante. Uma decoração rústica e tipicamente beirã transmite uma sensação de conforto e acolhimento. O staff prima por uma simpatia e vontade de receber, a que a região já nos habituou. Apesar de existir uma carta com oferta diversificada de carne e peixe, o Albertino é famoso pelo seu pijaminha de pratos de cozinha tradicional das Beiras. Não há portanto que inventar nem ter de pensar muito. Vamos fazer uma viagem pela gastronomia serrana. As hostilidades são abertas com umas entradas compostas por:
  • Queijo da serra
  • Prato de enchidos diversos: farinheira, murcela e chouriço
  • Iscas de figado fritas
Sem surpresa, tudo estava divinal e só serviu para aguçar a curiosidade do que aí viria. E eis que começa o desfile:
  • Feijoada de javali, de molho grosso, carne tenra e feijão cozido no ponto. 
  • Cabidela de lebre, bem equilibrada no vinagre.
  • Cabrito assado. Carne tenra, bem assada, cheia de sabor.
  • Leitão à Albertino. Um sabor já bem conhecido e que mostrou que não precisamos de estar na Bairrada para comer bom leitão!
Todos os pratos estavam excelentes, cheios de sabor e com notável cuidado na sua preparação. Se tivesse a dificil tarefa de nomear o melhor prato, diria a feijoada de javali e de seguida a cabidela de lebre. Não porque os outros estivessem menos bem conseguidos, mas os primeiros são sabores não tão habituais  e como tal, trouxeram o elemento surpresa.
A exigente tarefa de acompanhar este festim, coube ao tinto da casa, um portento de Nelas, cheio de estrutura e boa acidez, algo que o Dão produz com naturalidade.
Apesar da barriga dar sinais de não aguentar muito mais, somos confrontados com o facto de haver pijaminha para as sobremesas. Somos obrigados a chamar todas as forças que ainda restavam para receber:
  • requeijão com doce de abóbora
  • arroz doce
  • leite creme
Sem surpresas, todas estavam excelentes. Menção honrosa para o requeijão com o doce, um must nas visitas à região.
É obrigatório aqui mencionar que durante todo o fight, o staff  frequentemente questionava se pretendiamos repetir algum dos pratos. Não é preciso, portanto, falar acerca da generosidade das doses. Garantidamente, até o comensal mais insaciável, ficaria com certeza satisfeito.
Café e digestivos são à descrição. Manda a tradição da casa, que sejam consumidos ao balcão. Sim, correto...os digestivos são à descrição ... três garrafas de aguardentes foram colocadas à disposição. Bastava servir.
Prepare-se agora o leitor para o grand finale ... o preço é um valor fixo de 16€/pax ... sim, tudo isto ficou por 16€/pax!!! E a criança não pagou!
Por tudo isto, o Albertino entra direto para o pódio do bang for a buck.
Repeteco? Sem duvida! Pela qualidade, generosidade das doses, simpatia e arte de bem receber. Um ponto de paragem obrigatório para quem visita a Serra da Estrela.