Pica-pau de salmão |
Cachupa |
Salada de ovas |
Nome: Beco da Ribeira
Localização: Setúbal, na Luisa Todi
Data da visita: Fevereiro de 2016
Comentário: a visita ao Beco da Ribeira, foi algo assim para o inesperado. O nome já tinha surgido em conversas sobre (bom) tacho passadas e uma passagem pela margem sul ditou, que se deve passar das palavras aos actos e que o Beco seria alvo de raid. Rumados a Setúbal, a primeira tarefa foi encontrar o spot que não está à face da mais famosa boulevard da cidade de Boucage, mas sim, num beco nas traseiras de um prédio. Mesmo assim, dando com o beco é atentar que é a ultima porta, sempre fechada sem grandes referências à casa. Mesmo com o tardar da hora, a casa estava bem composta ... o que deu o primeiro sinal positivo, pois uma casa que é quase impossível encontrar, de porta fechada, cheia aquela hora ... as probabilidades jogavam a nosso favor.
O espaço não é muito e é composto por um rés-do-chão com 3 ou 4 mesas, um balcão e a cozinha, facilmente vísivel aos comensais. Existe ainda um piso superior com mais algumas mesas, porém esse é permitido a fumadores. A decoração rústica e o ambiente pouco iluminado, transmite verdadeira sensação de tasquinha petisqueira. A carta é feita de petiscos variados, alguns dos quais a mera leitura do nome não deixavam adivinhar a sua forma e conteúdo. Há também um prato do dia, sopa do dia e hamburgers em pão. Seguindo a velha máxima que em caso de dúvida sobre em que deve recair a escolha, um pijaminha é a decisão acertada, definimos a seguinte ordem de trabalhos:
- Pica-pau de salmão, consistindo em fatias de salmão fumado em molho avinagrado com ervas. Delicioso é pouco, para descrever o exotismo desta forma de comer salmão.
- Cachupa, um prato com origens cabo-verdianas, completamente desconhecido para mim à altura. Uma especie de guizado de carnes e enchidos com grão-de-bico e milho, com ovo estrelado a cobrir. O nosso bem português Rancho será talvez o mais proximo para efeitos de comparação. Bem perfumado com cominhos, foi para mim a estrela da noite. Surpesa total.
- Salada de ovas, com molho vinagrete, com bom sabor a pimentos. Deliciosa!
Concluimos por unaminidade, que mandando as boas práticas do pijaminha que os pratos devem ser em crescendo, as ovas deveriam ter aberto o desfile, para dar lugar aos sabores mais exóticos e intensos do salmão e da cachupa. Cachupa, cachupa, ... quero repetir este nome mil vezes ... fantastico, delicioso, quero mais!!!
Coube a uma(s) 0.75cl do branco da Quinta de Alcube, a tarefa de acompanhar o festim. A fernão pires deu a este néctar de Azeitão, a fruta e a acidez necessária para cumprir, e bem , a tarefa.
Ficou a cargo, de um semi-frio de frutos vermelhos o toque doce de finalização, que como seria de esperar estava na linha de excelencia que ditou todo este repasto.
A conta foi também ela uma boa surpresa, com os 17€/pax! Um valor muito em conta, considerando a qualidade, diversidade e generosidade das doses. Sim, não posso terminar sem mencionar a generosidade das porções.
Repeteco? Não vejo a hora de lá voltar. Quero voltar e comer mais cachupa! E mais salmão. E mais ovas. E mais ... de tudo.