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Tuesday 27 December 2016

Best italian ever!

Esta minha narrativa, levar-nos-á até Aveiro, a Veneza de Portugal. Uma cidade jovem, moderna e vibrante onde encontramos praias, natureza, cultura e diversão. E onde se come muito bem! Não, não iremos hoje aqui falar de peixe, onde Aveiro marca pontos, mas sim de um italiano, que à falta de melhor adjetivo, simplesmente direi ...  fantástico!







Nome: La Mamaroma
Data da visita: Setembro de 2016
Localização: Aveiro
Comentário: o La Mamaroma é para mim, há já alguns anos, uma das escolhas obvias para repasto em Aveiro. É um restaurante italiano, localizado numa das muitas ruas invadidas pelos canais da famosa ria que partilha o nome com a cidade, com uma entrada discreta. Deixo desde já o alerta que reserva, mais do que aconselhável, é mesmo obrigatória especialmente em noites de fins de semana. A decoração tende para o rústico, onde não faltam as toalhas com padrões de xadrez, e um grande forno a lenha bem vísivel a partir da sala, onde são confeccionados os pratos.
Depois de uma breve espera, e reforço de novo a necessidade de assegurar reserva, antes de o comensal se aventurar em direcção ao spot, somos recebidos e instalados por um staff bastante atencioso e eficaz. A carta, além das tradicionais pastas, pizzas e risottos, possui outros pratos de carne e peixe em que a inovação e a diferenciação, seja pelos ingredientes ou pela forma de confeccionar, é traço comum a todos eles. Para este fight a escolha recaiu no Penne Primavera, um dos meus favoritos da lista, e um naco na pedra, um dos pratos bandeira da casa.
Enquanto aguardavamos pela pratos principais, fomos enganado a fome com umas entradas compostas por presunto, azeitonas, paté de atum, manteiga com ervas aromáticas e uma especie de focaccia com topping  de queijo e e fiambre. Tudo estava muito bom.
Em tempo razoável, os pratos principais são servidos. O Penne Primavera, um gratinado de massa penne com bacon, cenoura, alface e queijo, estava simplesmente divinal. Cheio de sabor e a massa cozida no ponto, ligeiramente al dente, como eu gosto. O naco, um portento pedaço de carne de vaca tenro e de alta qualidade servido numa pedra a ferver temperado apenas com sal e alho, permite ao comensal controlar o ponto de cozedura, ao seu gosto. Acompanha com batatas fritas e três molhos, para ir mergulhando a gosto. De novo, apenas coisas muito positivas a apontar.
Ao contrário do que é minha pratica habitual em fights, no Mamaroma opto quase sempre pela sangria ... desta, a de espumante, mas recomendo a de morangos, em minha opinião a melhor, porém a mais cara. Mas vale bem a pena, pois arrisco dizer ser uma das melhores sangrias que já provei.
As doses são generosas, ao ponto de simplesmente não haver espaço para a sobremesa ... que recomendo vivamente, pois as sobremesas seguem a linha da casa, ou seja são de uma forma geral todas elas fantásticas.
Finalizado o repasto, eis que chega o momento de pedir a conta, que rondou um valor de 25€/pax. Não é um sítio barato, mas compensa pela qualidade. Vale cada cêntimo!
Repeteco? Sem sombra para dúvidas. Aveiro é sinónimo de Mamaroma!

Para consultar horários, contactos e mais informações na Mygon

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Sunday 27 November 2016

Nova surpresa em sítio improvável

Hoje é novamente dia de prestar serviço público de forma simples e direta! E que quero dizer eu com isto? Que nem sempre este vosso contador de histórias do tacho, vos apresenta spots de glamour, style ou swag, e hoje é um desses dias, ... mais ainda em semana de atribuição de estrelas do mais famoso guia gastronómico ao nível planetário. Yep, hoje levar-vos-ei a um sítio para comer bem, a bom preço e onde não precisa de levar a sua melhor camisa!



"pomada" da casa. fiquei sem saber se o "Baioxo" era defeito ou feitio

Nome: Vanipal
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: Nogueira da Maia
Comentário: ao contrário do que é costume nestas minhas histórias, não iniciarei a narrativa com uma breve descrição das belezas naturais que podeis encontrar pelas paragens ... e porquê? Porque em Nogueira, na Maia, não há propriamente nada de interessante para descrever ... ou se mora por lá ou se lá vai em trabalho. Não estou a dizer que é um lugar parado, note-se, bem pelo contrário! Há imensa industria e parques empresariais pelo que o tipico veraneante, achará util esta informação ... acho eu.
Devo ter passado, umas milhares de vezes pela casa Vanipal, e sempre tive a perceção que aquilo era um café, apenas. Estive redondamente enganado, e só recentemente fui alertado que serviam refeições e que o feedback era bem positivo.
O edifício é uma daquelas típicas moradias em que no piso térreo funciona a casa comercial. Á entrada, encontramos uma esplanada com meia dúzia de mesas, sob uma ramada, criando um espaço espetacular para almoços ou jantares em dias de calor. Como a metereologia do dia da visita o permitia, todas estas mesas estavam ocupadas, obrigando-me a recolher ao interior da casa. A decoração é simples e funcional e a área bastante generosa. Ao fundo, uma imensa grelha, à vista de todos, onde era possível acompanhar a confecção dos grelhados que dão nome à casa. Esta é uma casa de gestão familiar, pelo que o staff é composto pelas duas gerações da família.
Sentados e instalados, vamos diretos à picanha, sem sequer avaliar o resto da carta. A carne é grelhada ali mesmo a escassos metros, na dita grelha bem à vista dos comensais. Sendo um dos pratos "rápidos" a sair, em menos de nada é-nos servida uma dose bastante generosa de finas fatias de carne de picanha, bastante saborosa e cozinhada no ponto! Reforço aqui a generosidade da dose: foram servidos 6 fatias por pessoa, com dimensão razoável! Provavelmente, nem o mais capaz triturador de carne conseguirá aniquilar a totalidade da sua dose.  Acompanhou com a tradicional batata frita, arroz branco e feijão preto. Valores tradicionais, portanto, sem laivos de inovação ... mas para quê mexer em algo que funciona, certo? Também as guarnições denotavam evidente qualidade e cuidado na sua confecção. Nada a apontar. Simples e a funcionar!!
Para acompanhar, e porque o dia era de calor, a escolha foi para o branco da casa, uma produção própria como era facil avaliar pelo rótulo, que pelo pico e acidez diria que a sua origem seria alí para os lados de Felgueiras ... um verde de transição, portanto. Cumpriu a tarefa de domar a gordura do prato. E a 4.50€ pelos 0.75cl, faz da escolha do da casa uma opção sensata e segura.
Para finalizar, porque o dia era quente e as 6 fatias de picanha deram luta (ninguem conseguiu "matar" as suas 6 fatias), a escolha foi para uma fatia de melão, também ela de dimensões XL que deu para 2 pessoas. Maduro, doce e fresco.
A conta rondou um valor de 13€/pax. Um valor justo e que faz do Vanipal uma opção válida para quem quer comer bem e não pagar muito.
Repeteco? Sim, voltarei!


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Sunday 20 November 2016

Sabores e experiências no Douro ...

Já aqui falei do Douro e como há todas as condições para se tornar na próxima Toscana ou Rioja da Europa. É só manter o rumo e manter a sua genuinidade.




Nome: Cacho D'Ouro
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Peso da Régua
Comentário: chegar ao Douro é um momento carregado de magia. Longe vão os tempos que o acesso à região era feita com muitas horas de viagem na serpenteante EN108. Hoje é possivel chegar à Régua por auto-estrada, mas ainda assim a chegada à porta do Douro, é sempre um momento pleno de mística. É na Régua que sentimos ter chegado à região vinhateira, onde o vinho assume o seu papel de motor da economia local ... e com o vinho vem a gastronomia.
Por sugestão de um local lá rumamos em direção ao Cacho D'Ouro, no centro da cidade, assim a modos que escondido. O espaço é grande e a decoração é simples, funcional e despretensiosa. O staff esse, simpático e com vontade de bem receber, atitude habitual um pouco por toda a região.
Enquanto percorriamos a carta, para escolher o petisco que iria celebrar o dia, pedimos um prato de petinga, boa e fresca com um sabor forte a vinagre, amiga do meu palato mas que reconheço poder não ser do agrado de todos.
Voltando à carta, essa possuía alguma diversidade tanto em pratos de carne como de peixe, e como de outra forma não podia deixar de ser, uma montra da cozinha típica portuguesa. A escolha foi a modos que consensual e recaiu no polvo com migas. Acompanhava com batata assada e legumes, bem acondicionados com azeite de qualidade. O polvo estava cozinhado no ponto e bastante tenro, bem envolto nas migas que beberam o azeite e davam uma oleosidade aromática ao prato. Bem conseguido, reconheço. A generosidade das doses era equilibrada.
Para a escolha do néctar, nem foi preciso recorrer à lista. O tiro foi certeiro ao branco da casa, sem marca, naturalmente da região, cuja acidez equilibrada compensou bastante bem a gordura do prato. Acho simplesmente delicioso, o conceito de existir uma região, em que o vinho da casa é seguramente caseiro e elaborado nas redondezas ... e consegue competir perfeitamente com referências de marcas e valores bem mais elevados. Fantástico!
Para finalizar, uma tarte de chocolate, que estava boa sem deslumbrar. Provavelmente seria de fabrico caseiro, mas não ficou propriamente gravado na minha memória. Cumpriu.
Não faltou, o copo de vinho do Porto de oferta, algo também muito comum nas restaurantes da zona. Pela cor e pela boca, provavelmente seria também este um vinho de lavrador. Simpes, honesto e direto.
A conta, ficou por um valor a rondar os 17€/pax, um valor justo e que não chocou minimamente face ao repasto que proporcionou.
Repeteco? De uma forma fria a analitica: a comida estava boa, nada de negativo a apontar ao serviço e o preço reflectiu com justeza o resultado do fight. Porém o Cacho D'Ouro está a escassos metros de um dos melhores spots da Régua, a Tasquinha, com comida superior e a preço ainda mais competitivo. Nas minhas visitas à Régua darei preferência à Tasquinha, e só optarei pelo Cacho D'Ouro em caso de indisponibilidade desta.

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Monday 14 November 2016

De volta ao verde Minho

Já aqui falei, em fights passados, sobre a bela localidade de Fão, concelho de Esposende, um paraíso na terra, onde há mar, rio e campo ... a uns rápidos 50kms da naçon azul e branca, já em pleno Minho, o verde Minho.






Nome: Tio Pepe
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Fão, centro da vila, ao lado dos Bombeiros
Comentários: admito desde já que a visita ao Tio Pepe não foi a escolha inicialmente planeada para o fight do dia ... essa, a escolha, tinha sido a Lareira, que por motivos de lotação teve de declinar a minha proposta de presença na casa. Ora, a escassos metros do outro lado da rua localiza-se o afamado Tio Pepe, uma casa por demais conhecida na zona e não só, vindo gente da não muito longe Braga de propósito para degustar o prato-rei da casa, as costelinhas de porco.
A casa já é antiga e está ao momento sob gerência dos filhos do, se não fundador, o proprietário que mais nome trouxe à casa. As diferenças desses tempos para os atuais são bem visíveis no decor e nível de serviço que o staff aplica. A casa está mais moderna, o staff mais profissional e a propria carta mais abrangente e cuidada, sem nunca descurar ou desligar do nome que a fez.
Mal entramos, somos encaminhados por um empregado cordial e agradável para uma mesa que em poucos minutos tinha uns petiscos para entrada:
- salsinha crioula grelhada
- chouriço assado
- azeitonas
- favas
- pão fresco e manteiga.
Nada de negativo a apontar. Tudo fresco e de qualidade. As favas estavam apuradas e com bastante sabor.
Para os pratos principais, a escolha foi para um pijaminha de 3 peças:
- Costelinhas. Boas. Não as melhores que já comi, mas boas.
- Arroz de pato. O arroz estava um pouco cozido de mais mas tinha bastante pato.
- Pataniscas de bacalhau com arroz de feijão. Again, boas, mas não as melhores que já comi.
Para acompanhar este pijaminha, foi chamada ao serviço uma 0.37cl de Cadão tinto, um importado de S. João da Pesqueira que mostrou força e taninos suficientes para lidar com esta paleta de sabores. Verdade, quebrei a minha pratica de optar por vinhos da região, mas estava em terras de vinho verde que honestamente não achei a escolha apropriada ... daí ter ido até ao Douro.
Para finalizar, um crumble de maçã, que estava bastante bom e conseguiu dar aquele toque doce ao repasto.
A conta essa, ficou a rondar os 17€/pax, um valor muito em conta, considerando o espaço, o serviço e a qualidade geral da comida.
Repeteco? Pelas minhas palavras acima escritas, jamais alguem diria que esta seria uma das mais dificeis avaliações que já fiz, pois não há nada especificamente, que se possa dizer que estejam a fazer mal. Porém está a escassos metros da Lareira e a minha preferencia recai sobre esta. É simplesmente superior. Só posso, portanto concluir que apenas regressarei ao Tio Pepe, se não conseguir mesa na Lareira. Fui!

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Saturday 12 November 2016

Mais uma história de peixe em Matosinhos

Falar de peixe em Matosinhos é como falar de praia no Algarve ou de neve na Serra da Estrela. Mais uma vez rumamos à mui famosa Rua Herois de França, que para quem não conhece é a tal rua junto à lota, um melting point de spots onde o peixe é rei, e que  ajuda claramente Matosinhos e reclamar o pódio da cidade portuguesa com maior concentração de restaurantes e o status de ser a Meca dos amantes de peixe e mariscos.





Nome: Tito II
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: Matosinhos, junto à lota
Comentário: este fight bem podia ser um quase-repeteco, no sentido que o spot visitado é o bem conhecido Tito II, uma das mais antigas e reputadas casas de peixe e marisco da zona, que não é nem mais nem menos que a casa-irmã do Tito I, anteriormente visitada e publicada aqui.
A experiência de visitar este ou qualquer outro restaurante nesta zona da cidade, começa desde logo com a chegada ao local, de estacionamento dificil, e no percorrer a rua com um sem numero de grelhas a carvão no próprio passeio e esplanadas, que são a escolha acertada quando a metereologia assim o permite. Em cada porta há um spot, onde não falta o típico empregado por norma de sotaque carregado a tentar convencer que a sua casa tem o melhor e mais fresco peixe. No final da rua a nossa própria roupa, depois de passar por tanta grelha e debitar fumaça, já empregnou uma boa dose dos aromas do que melhor se faz por alí. É caso para dizer que levamos connosco no corpo, um pouco de Matosinhos ... literalmente! É algo unico e que deve fazer parte do curriculum de qualquer amante da gastronomia ... ou foodies como são hoje em dia chamados.
Chegados ao Tito II, somos imediatamente instalados, o que considerei um tiro de sorte, pois é comum a casa estar lotada e esperar, é a unica solução. Desta não estava lotada, mas quase. A decoração é simples, funcional e despretensiosa. O staff, esse é eficaz e visivelmente habituado à azáfama que se fazia sentir.
Com algumas entradas básicas na mesa, tais como pão e azeitonas somos convidados a perscrutar a carta que sem surpresa é baseada em peixe e mariscos, se bem que com algumas opções de carne.
A ementa para o dia estava a modos que previamente escolhida, e seria uma cabeça de pescada cozida com batatas e legumes, porém somos gentilmente alertados pelo empregado que esse prato demora cerca de 30min a confeccionar e que sugeria que em situações futuras houvesse um telefonema prévio de alerta. Fica desde já a dica para o comensal/leitor, se for amante do prato.
Aceite a dica avançamos para uma meia garoupa de alto calibre, de mar naturalmente e uma dourada.
Em menos de nada os peixes estavam a ser servidos, e sem surpresa nada de negativo a apontar. A frescura era mais do que evidente, sendo ambos os peixes de um branco imaculado, grelhados no ponto, nada secos dos quais saiam lascas ao toque do garfo. Top! Acompanhavam com batatas assadas e legumes cozidos ligeiramente salteados em azeite de qualidade. Divinal!
Para casar este prato do mar, optamos por um Mural 2015, um branco de entrada da Quinta do Portal. Uma frescura vinda do Douro que se mostrou mais do que à altura do repasto.
Os mais de 2kg de peixe, dos quais nem uma grama ficou na travessa, não deixaram espaço para sobremesa, pelo que saltamos diretos para o café e conta. Essa ficou a rondar os 23€/pax, um valor que em termos absolutos não é propriamente baixo mas que está alinhado com a restante oferta da zona, e diga-se bastante justo para a qualidade apresentada.
Repeteco? O Tito II é ponto de paragem regular nas minhas incursões por Matosinhos. Voltarei e recomendo vivamente a quem não conhece.

Tito 2 Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Sunday 6 November 2016

Um petisco convincente em Arouca

Terra de muitas qualidades, Arouca é muito mais do que seu monumental convento, a magnifica carne que carrega o seu nome ou mesmo mais recentemente, terra que produziu um dos mais infâmes cop killer e mestre da fuga que tanta tinta faz correr atualmente e proporciona horas e horas de emissão televisa na CMTV! Localizada no interior do distrito de Aveiro, Arouca é lugar de transição entre o litoral e o interior.





Nome: A Tasquinha da Quinta
Data da visita: Setembro de 2016
Localização: Arouca
Comentário: localizado nas ruelas interiores da vila de Arouca, mesmo perto dos Paços do concelho facilmente encontramos A Tasquinha da Quinta. O Estacionamento não é facil, pelo que deverá o leitor/comensal preparar-se para uma curta caminhada, que agradecerá aquando do regresso ao carro para ajudar a moer a refeição e o verde tinto.
A sala é de dimensão média e com uma decoração mista entre o moderno e o tradicional. Logo à entrada deparamos com a cozinha, protegida por um vidro estilo montra onde podemos observar a azáfama do seu staff  e a grelha a carvão onde são confeccionados os grelhados. Bom sinal, para quem acredita que quem não deve não teme e quem se expõe assim não tem nada a esconder!
Esta visita foi a um dia da semana, pelo que encontramos na sala um misto de comensais claramente em trabalho, na sua pausa para almoço com locais mais ou menos novos simplesmente a usufruir de uma refeição. A carta espelha esta configuração de clientes, pois encontramos pratos de diária assim como pratos à carta.
Para o fight a escolha caiu numa dose de tripas, muito bem servida, em tacho de barro cheia de sabor e fortes aromas. A dobrada, ou os callos como chamam os nuestros hermanos, estava bem cozinhada e tenra. O feijão, cozido no ponto, era evidentemente fresco e não de lata. Acompanhava com um arroz branco sequinho, com um bom sabor a louro e alho, criando um conjunto que funcionava muito, muito bem.
Para o aconchego final, como não poderia deixar de ser, optamos pela rainha da terra ... a vitela arouquesa assada no forno. Servida com batata assada e grelos em caçarola de barro, a carne desfazia apenas com o toque da colher. Assada no ponto certo, não estava nem um pouco seca! Divinal a mostrar o porquê da carne arouquesa ter ligar cativo no podio das melhores carnes deste nosso Portugal!
A generosidade das doses, essa deixo os registos fotográficos falarem por sí. As duas doses serviram de sustento a três comensais vividos nestas andanças, com carne a sobrar ... um pecado, mas não dava para mais!
Para maridar com toda esta carne e paleta de sabores, tomamos a decisão ousada de optar pelo verde tinto da casa, um néctar produzido na terra. Arouca é nos vinhos também uma terra de transição entre os vinhos verdes e os maduros que a poucas dezenas de quilometros são produzidos em terras do Dão a leste ou da Bairrada, a sul. A pomada, aromática e com a acidez bem controlada é prova que os vinhos verde tintos estão a renascer e que poderão ser a proxima new thing no que a enofilia diz respeito.
Apesar do pouco espaço ainda disponível, lá conseguimos acomodar a sobremesa, o doce da casa. Uma especie de bavaroise de morango. Estava boa sem deslumbrar ... uma escolha ousada no minímo para doce da casa.
As boas supresas continuaram com a conta: um valor a rondar os 13€/pax, faz da Tasquinha da Quinta um campeão da relação preço/qualidade.
Repeteco: comer assim por este preço?! Hell yeah! Voltarei e recomendo uma visita.



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Sunday 9 October 2016

Marisco e petisco na Figueira ... será desta?

O spot do qual hoje vos falarei foi uma segunda escolha, num dia em tudo correu mal. Estou a referir-me ao fight que nunca chegou a acontecer, no restaurante do Forte de Santa Catarina, que pode ser consultado aqui. Um autêntico flop, suficientemente forte para estragar o resto do dia de qualquer foodie que leva a sua panca minimamente a sério. Seguindo as recomendações do staff do Forte de Santa Catarina, pusemos os pés a caminho para encontrar um estabelecimento que nos servisse. Uns metros à frente, entramos numa das muitas marisqueiras que povoam a avenida marginal dessa bela cidade, que é a Figueira da Foz.




Nome: Bar o Espanhol
Data da visita: Julho de 2016
Localização: Figueira da Foz, na avenida marginal
Comentário: a hora já ia adiantada, é verdade, pelo que a casa estava a modos que vazia. Porém, o pormenor da hora não foi impedimento para que de forma simpática fossemos encaminhados para um mesa. O interior, com uma decorção simples e despretensiosa, é ... funcional. Ainda estava bem fresca a memória do balde de água GELADA de que tinhamos sido alvo momentos antes, pelo que avançamos sem demoras para o pedido. Para entrada optamos por uma mariscada, uma travessa bem composta por camarão, mexilhão e perceves. Ah, e muita alface a acamar a travessa. Havia outras mariscadas disponíveis e mais ricas até, com outra diversidade de marisco, mas também a um preço diferente, mais alto que os quarentas e qualquer coisa euros desta que escolhemos. Não estava mau, mas também não foi o melhor marisco que já comi. Cumpriu. Para aconchego e fecho, fomos para um prego no prato, com tudo a que temos direito: arroz, batata, salada e ovo a cavalo. Não estava mau, mas também não foi o melhor prego da minha vida. Cumpriu.
Tudo foi acompanhado por um branco da casa, servido fresco e com algum pico. Cumpriu.
Já saciados, e numa tentativa de salvar o dia, fomos para a mousse de chocolate que diga-se estava boa a aparentava ser caseira.
Já a pensar na estrada que nos levaria de regresso ao lar, pedimos a conta, que ficou a rondar os 22€/pax, um valor que achei um pouco excessivo para a refeição em causa. Porém, teremos de levar em consideração que a escolha da mariscada, elevaria necessariamente o valor da refeição. Já passou e não quero pensar mais nisso!
Repeteco? Provavelmente, estarei a cometer uma grande injustiça para com o Bar Espanhol, pois os comensais estavam com um negativismo  evidente, fruto da experiência vivida momentos antes, e acredito que fosse qual o fosse o sítio  que escolhessemos a têndencia seria de amplificar os aspetos menos positivos, mas a verdade é que foi por demais banal e não propriamente barato para querer um dia voltar.


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Sunday 2 October 2016

Simples prazeres da vida, na Madeira

Nem mais! Estamos de regresso à nossa mui lusa e formosa  Pérola do Atlântico, a ilha da Madeira. Se na Madeira encontramos cozinha ao mais alto nível, desde os mais tradicionais pratos à cozinha internacional, há também espaço para experimentar os simples sabores. Ir à Madeira e não comer um preguinho em bolo de caco, é simplesmente errado!





Nome: O Salgadinho
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: marina da Calheta, Madeira
Comentários: há dias assim ... se por norma gosto de dedicar tempo e concentração aos pratos típicos, acompanhado por um (sempre) bom vinho da região, dias há em que sabemos que serão os sabores simples e honestos que nos saciarão. Este era um desses dias, e após uma intensa manhã de "não fazer nada" numa das poucas praias de areia fina na ilha Maravilha, havia três conceitos que insistiam em não sair da mente: um prego com tudo a que tivesse direito de bolo de caco, lapas e Coral, fresquinha como de outra forma não pode ser. O snack-bar Salgadinho, no porto de recreio da Calheta e escassos metros da praia, por sinal bem cotado no TripAdvisor, pareceu ser o templo disposto a acolher as minhas preces. Com uma esplanada bem instalada com vistas para a marina e um letreiro a anunciar "Há lapas", ... done!
vista para a marina
Instalados e bem protegidos do ardente sol que se fazia sentir neste dia, vamos analisando a lista, composta pelos típicos snacks, algum marisco e um ou outro prato do dia. E eis que lá estava o prego em bolo de caco!
  
close-up do prego
A decisão estava portanto, mais do que tomada e avançamos com determinação para umas lapas e Coral para acalmar o ratinho. O serviço não era propriamente rápido, bem pelo contrário ... requer alguma paciência e descontração ... o que não falta, ou não deve faltar, quando se está de férias. Mas valeu a pena! As lapas estavam fantásticas ... rijinhas, com bom sabor a manteiga de alho e limão. Estava pronto para receber o prego e ... mais Coral, claro está. Para quem chegou agora ao texto, e não saiba a que me refiro, Coral é uma marca de cerveja local. Com mais uma dose de paciência, cuja paz e calma do sítio ajudava, apesar de estarmos num ponto turístico, eis que chega a tão esperada sandes. Uma senhora sandes diga-se. O bife era de óbiva qualidade, assim como a frescura da salada.
As batatas caseiras, tinham sido acabadas de fritar e não estavam demasiado salgadas. Não há muito mais a dissertar ...  simples e honesto.
Mencionei que o serviço não foi propriamente rápido, mas estaria a ser inusto se não fizesse menção á simpatia do staff.
Uns minutos mais a usufruir da vista e chega a hora da conta, cujo valor rondou os 8€/pax. Justo, sem nada a apontar.
Repeteco? Se voltar à Calheta, sim voltarei. Se anda por esses lados e quiser usufruir dos simples prazeres da vida, vá sem medo ao Salgadinho.


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Sunday 18 September 2016

Explosão de sabores e tradição no verde Minho

O dia era há muito aguardado, pois eram muitos os anos que já não rumava à (uma das) joia da coroa do Minho. Ponte de Lima, a mais tradicional e limpa vila do Minho, se não mesmo do todo o reino luso, à boleia deste boom turistíco reinventou-se. As ruas estão (ainda) mais cheias e os spots multiplicaram-se, porém ainda se vive e respira tradição que sempre a caracterizou. Vale a viagem.




Nome: Manel Padeiro
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: centro de Ponte de Lima
Comentário: Ponte de Lima faz parte das minhas memórias de infância. Outrora sem os acessos por auto-estrada, a viagem era feita pelas sinuosas e movimentadas estradas nacionais. Os 30km ou algo do género que em linha recta separam a vila do mar, são suficientes para incrementar a temperatura  em meia de dúzia de graus. A ementa era invariavelmente e sem hesitação o prato-montra da terra: os rojões com arroz de sarabulho. Cheguei a experimentar uns quantos spots mas um havia que era merecedor da nossa maior atenção e dedicação, o Manel Padeiro, localizado bem no centro da zona velha, num beco da rua principal que vai dar ao rio. 
Para o leitor que não domine o prato e/ou a zona, atente que falar de sarrabulho em Ponte de Lima é como falar de francesinha na naçon ou de caracol na capital: se perguntar a 10 pessoas qual o melhor spot terá 10 diferentes respostas ... por isso, o melhor é ir e firmar a própria opinião. Para mim, o Manel Padeiro, é e será sempre o sítio de eleição para comer o sarrabulho à beira Lima, ... btw  o rio que banha a vila.
Atente o leitor/comensal que em períodos como fins de semana, e principalmente no verão, reserva é aconselhável. Os comensais/veraneantes são mais que muitos e facilmente as casas atinjem a sua lotação por volta do meio-dia. Bom sinal, pois não seria assim, se não valesse a pena, certo?
Sentados e instalados na esplanada sob a protecção de guarda-sol obrigatória, em dia de calor intenso, pedimos os rojões com sarrabulho. O staff simpático e com saber na arte de receber, ou não estivessemos no Minho, bem treinado na arte de despachar, no bom sentido da palavra, as hordas de comensais, em menos que nada nos presenteia com o muito esperado pitéu. Os rojões, em que não faltavam os nacos de porco, sangue e tripa enfarinhada, estavam divinais e a primeira dentada foi uma regresso aos meus tenros anos. Top! O arroz, bem feito, cozido no ponto com bom sabor ao sangue e especiarias. Diga as palavras que disser, dificilmente conseguirei descrever a explosão e sabores e sensações proporcionadas. A qualidade dos ingredientes pareceu ser irrepreensível e a dose de sarrabulho generosa q.b. para dois comensais de sustento. Houve ainda espaço para fazer um bis  de arroz, não porque fosse insuficiente mas por pura gula.
Para acompanhar o petisco, e de outra forma não poderia ser, uma caneca de 0.75cl de verde tinto de uva vinhão de Ponte de Lima. Digo e recomendo que deixe de lado as cartas de vinhos, respire o ar puro do Minho e opte pelo verde tinto da terra. Não é consensual, verdade, mas a simplicidade deste vinho é a melhor opção para lidar com a complexidade do prato. Aromático, com algum pico e acidez evidente, deu mostras que também se evoluiu nos verdes tintos. Longe os tempos dos vinhos carrascão, com acidez e adstrinjência suportável por muito poucos. 
 Chegado o momento de passar à sobremesa, concluimos que nao havia espaço para acomodar ... sarrabulho enche ... mesmo! Pena, pois ficou a por saciar a curiosidade sobre que iguarias nos proporcionariam. Fica para um repeteco.
A conta, essa ficou por um valor abaixo dos 20€/pax, que poderá subir ligeiramente com sobremesas, mas que mesmo assim é um valor mais do que razoável para a refeição em causa. 
Repeteco? Já me descaí acima, a dizer que sim. Claro que haverá repeteco!


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Sunday 11 September 2016

Viagens na Madeira I

Quis o fado que este vosso narrador rumasse à Pérola do Atlântico, um dos redutos da exploração Lusa dos mares e dos perigos que encerravam. Se dúvida ainda existe, estou a referir-me à ilha da Madeira. E desengane-se quem acha que na Madeira é só espetada em pau de louro e restaurantes caros para turista inglês pagar para comer batata frita com maionese.






Nome: Casa da Palha
Data da vista: Agosto de 2016
Localização: São Jorge, Madeira. Por trás da Igreja de S. Jorge.
Comentários: a visita a este spot foi obra do acaso, pelo simples motivo que andava (desesperadamente) à procura de um posto de combustível. Alimentado o veículo, era hora de alimentar o condutor e seus ocupantes ... S. Jorge, é um complexo "urbano" de meia dúzia de ruas e ruelas pelo que 5min a calcorrear as ditas permitem fazer um "recon" (usando linguagem táctica militar) razoávelmente detalhado. Mesmo assim, encontrar a Casa da Palha não foi de todo fácil ... uma vez mais a sorte, que está sempre do lado dos justos e esfomeados, fez que com reparássemos numa placa mesmo junto à (lindissima já agora) Igreja de S. Jorge. Mão divina dirão os mais crentes.
O nome diz tudo ... o estabelecimento é composto por 2 ou 3 edificos, a lembrar cubatas, com tetos em palha, precisamente. No centro um pátio ou antes um adro, a servir de esplanada, onde só o clima tropical da Madeira permite usufrui de tal espaço praticamente todo o ano.
Sentados e instalados e já com os tablets e smartphones ligados a rede wifi da casa, ... haverei de um dia fazer um post todo ele dedicado à internet nos restaurantes, começamos a analisar a carta. Não era muito extensa e no dia havia dois ou três pratos de carne e outros tantos de peixe. O staff cordial e com um profissionalismo evidente indicou que a carne da noite e o frango à casa são especialidades da casa, palavras suficientes para que a escolha ficasse logo determinada.
Em tempo relativamente curto somos servidos e eis que se inicia um momento de registo na história da degustação gastronómica. A carne da noite, consiste em nacos de porco marinados durante toda a noite em vinha de alhos. A simplicidade do prato é assustadora, mais ainda tendo em conta o resultado final. A carne soculenta e tenra, cheia de sabor acompanhava com um arroz de forno simples, ervilhas cozidas e batata doce. KISS (Keep It Simple Stupid)! Um prato simples, mas extremamente bem feito, a lembrar comida da avó!
O frango seguia a mesma linha ... a carne era marinada, à semelhança do prato de porco e acompanhava com legumes cozidos e puré de batata, com um bom sabor a noz-moscada ... pelo menos parecia. Por momentos, senti que estava em casa a almoçar a um Domingo. Fantástico é dizer pouco! Uma prova que o simples consegue surpreender.
Para moer toda esta carne, foi chamado ao serviço um Grão Vasco, tinto de 2013, um clássico de entrada das terras de Dão. Perguntar-me-ão os mais atentos: oh Lambetacho, então aquela tua teoria de escolher sempre vinhos da casa e tal e coisa?! Bem visto. O problema é que os vinhos da Madeira são ESTUPIDAMENTE caros ... sim, se um clássico do Alentejo ou Douro, se arranja por 10€ a 15€ a 0.75cl, já os néctares da ilha não raramente os encontramos abaixo dos 20€ a 25€ a garrafa! Atenção, que isto não é um problema exclusivo da Casa da Palha ... é algo generalizado nas restaurantes da Madeira, que eu classifico como um erro estratégico crasso! Não deveria a restauração local, ser a primeira e a mais interessada em promover os vinhos locais? Porque irei eu pagar o dobro por um vinho de uma marca que nunca ouvi falar e ainda por cima de uma região muito atrás de outras com provas dadas? Esta é infelizmente, algo que observamos noutras regiões, como por exemplo o Algarve! Já repararam que os vinhos do Algarve, que raramente se vêem fora do Algarve, são bastante mais caros que os restantes? Faz sentido? Eu acho que não! À parte deste desabafo, devo dizer que o Grão Vasco, conseguiu comportar sem problemas a riqueza e complexidade de ambos os pratos.
Para fechar, avançamos para a sobremesa, que à semelhança da carta principal possui poucas referências. A escolha foi para uma tarde de côco. Fatia generosa, de fabrico caseiro, com boa consistência, fechou o repasto com chave de ouro.
A conta essa, ficou por um valor ligeiramente abaixo dos 15€/pax, um valor muito em conta para a qualidade da comida servida e do serviço providenciado. Nota muito positiva.
Repeteco? Se algum dia se proporcionar regressar aquelas paragens, com certeza que regressarei à Casa da Palha. Aos locais recomendo que se não conhecem, rumem ao norte da ilha. A quem lá vai de passagem, faça um esforço para que se proporcione uma passagem em S. Jorge e conheçam a Casa da Palha. Vale a pena!

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Sunday 28 August 2016

Aqui sim, um verdadeiro spot improvável

A descoberta de spots em sítios improváveis pode proporcionar uma sensação comparável à de encontrar dinheiro na rua, em que evidentemente desconhecemos o dono e não há qualquer forma de encontrar a sua origem .... yada yada yada. Pois bem, este spot que vos trago, acredito ter entrada direta para o pódio dos improváveis e como concluírão no final deste texto, acumulará com o prémio de relação preço/qualidade. Rumemos até Taveiro, ás portas de Coimbra, a Cidade do Conhecimento. 



Nome: Restaurante do Mercado Abastecedor
Data da visita: Agosto de 2016
Localização: Mercado Abastecedor de Coimbra (MAC), Taveiro, Coimbra
Comentário: No mercado abastecedor? um restaurante? porreiro?!? estará o leitor/comensal a questionar se não haverá algum erro. É verdade! Aceito alguma dificuldade no reconhecimento, pois eu próprio sempre tive o (pre)conceito que neste tipo de espaços os estabelecimentos de restauração, serviam um perfil de comensal especifico, de pessoas em trabalho ou em passagem por motivos de trabalho que tipicamente optam por pratos básicos e rápidos. O Restaurante do Mercado Abastecedor, é um exemplo que há sempre uma execeção à regra. A primeira coisa que retemos é que os proprietários não perderam muito tempo a pensar no nome ... restaurante do mercado abastecedor ... no mercado abastecedor ...Outro aspecto a esclarecer, é que apesar do estabelecimento se encontrar dentro do perímetro do MAC está aberto ao público, e não tendo qualquer relação com uma das empresas a operar no seu interior, eventualmente terá de pagar o estacionamento. Nada mais.
A primeira coisa que o comensal vê ao acercar-se da casa é a banca de peixe com alguma diversidade de pescado, que por canais não oficiais, soube que é abastecida diariamente a partir da lota da Figueira da Foz. Mesmo ao lado, temos acesso visual à grelha, onde com mestria são tratados os bichos do mar que os comensais vão pedindo.
Sentados à mesa, e aqui atente o potencial visitante, que a casa enche cedo e rápido, vamos iniciando com umas simples entradas de pão e manteiga. De seguida, uma sopa de legumes em puré, em que a terrina é deixada na mesa para o comensal se servir da quantidade e vezes que quiser. Uma sopa cheia de sabor, que mesmo eu, um não grande fã comi e repeti.
Sem supresa, a carta é forte no peixe, pelo que foi para esses lados que o grupo se virou. Um robalo de bom porte (arrisco dizer perto de 1kg, cuja foto poderá confirmar) para cada dois, com a respetiva guarnição composta por batata assada e legumes cozidos. Servido escalado, de carne branca, a frescura do peixe evidenciou-se. Talvez por algum azar, o meu estaria talvez um pouco mal passado de mais, estando algumas partes um pouco cruas ... porém nada que inviabilizasse as notas positivas a atribuir à casa e ao seu produto.
A generosidade da dose é por demais evidente na foto que convosco partilho. Coube a um pequeno jarro do branco da casa, acompanhar o peixe. Não retive a origem do vinho, mas tinha frescura e bons aromas a fruta. Cumpriu na perfeição a tarefa que lhe estava destinada.
Apesar de saciado, houve ainda vontade de experiementar uma sobremesa da casa, uma tarte de queijada. Boa, sem deslumbrar, mas aparentemente caseira. Conseguiu fechar o fight com um toque a doce.
A conta foi (mais uma) agradável surpresa ... não chegou aos 10€/pax!! Comer peixe fresco em porções generosa, com sobremesa e vinho abaixo dos 10€/pax é obra!
Repeteco? Felizmente, por diversos motivos serei obrigado. Yes!

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Saturday 27 August 2016

Mais uma dica para o outro lado do rio

Encontrará o leitor, neste repositório de útil informação no que aos assuntos do tacho diz respeito, várias  peças foto-jornalísticas de elevada qualidade e grande valor informativo, da margem sul (leste). O spot que hoje visitamos e analisamos, é uma casa feita com créditos firmados ... vamos lá.






Nome: Girassol
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Sarilhos Grandes, Montijo
Comentário: a vista ao Girassol ocorreu porque nesse preciso dia de semana era o descanso semanal da Casa das Enguias, um dos, se não O grande monumento à gastronomia da zona do Montijo. A casa localiza-se à face da N11, com estacionamento privativo e fácil. O aspeto exterior não faz prever a opção estética para a decoração interior, com candelabros no tecto e mobiliário escuro e com aspeto designed in Paços de Ferreira, que confere um ar semi-formal, indicado para almoços de trabalho menos ligeiros.
Imediatamente são servidas, por um staff que podemos considerar atencioso e afável, entradas compostas por salada de polvo, salada de pimentos e o habitual pão com manteiga. Estava bom sem deslumbrar ... nada mais.
A carta sem supresa, é composta por comida tradicional portuguesa, com alguma diversidade tanto de carne como em peixe. Porém, a escolha acabou por recair numa das especialidades, o rabo de boi! Sim ouviu bem. Nacos da dita peça, guisados num molho grosso e intenso, um festim para os adeptos do "chuchar" os ossos.  Pedimos também nacos de bochecha de porco, cozinhados de forma idêntica ao rabo de boi, ou seja guisado. Carne de qualidade e saborosa. Acompanhava com batatas fritas caseiras e esparregado. Estava tudo saboroso e com evidente cuidado na sua confecção, porém achei as doses pouco generosas. Aliás, pouco generosas é por si ser generoso ... achei as dose claramente insuficientes. Mesmo numa relação 1 dose = 1 comensal a coisa pode ficar curta, para os de mais alimento.
A carta dos vinhos, em alinhamento com o look and feel da casa é composta pelas grandes referências das mais diversas regiões do nosso país. Para este fight ficou a cargo de uma Quinta De La Rosa tinto, a tarefa de maridar com os fortes sabores da carne guisada. Sem supresa, este clássico do Douro atingiu o objetivo.
Por motivo de gestão de tempo, não houve possibilidade de avançar sobre a carta das sobremesas, o que deixa o fight a modos que incompleto, reconheço.
O valor de um fight no Girassol fica na casa dos 20€ a 25€/pax, o que não sendo um valor propriamente baixo, não está desenquadrado do espaço e serviço.
Repeteco? Honestamente, só vou ao Girassol quando a Casa das Enguias está indisponível ... porque considero as Enguias superior não só na comida como na generosidade das doses e no carisma do proprio espaço. Portanto, voltarei mas apenas se!   

Girassol Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Wednesday 24 August 2016

Tapas e petiscos num sítio improvável

A localização do spot que vos trago hoje para análise é para mim sítio de passagem frequente e longe de ser considerado uma Meca da gastronomia. Desta, vamos até Nogueira da Maia, arredor da Maia, suburbio da grande nação Azul e Branca. 






Nome: D. Pernil
Data da visita: Julho de 2016
Localização: Nogueira da Maia
Comentário: a casa pouco tempo de vida tem e desde então tenho guardado uma vontade de a visitar. Por motivos de logística pessoal/familar eis que surgiu a tal oportunidade há tanto esperada. Honestamente, não sabia bem o que esperar ... até então, apenas tinha ouvido opiniões avulso, porém todas positivas, que no D. Pernil se podia degustar uns petiscos de cozinha tradicional portuguesa. Apesar do fight ter ocorrido em plena época de férias numa zona que tipicamente esvazia no período, a casa estava completamente cheia, o que à partida confirmava as notas positivas. A decoração interior é simples e despretensiosa e exposta numa das paredes um quadro de ardósia com toda a ementa disponível, elaborada à base de petiscos da nossa boa cozinha. A minha escolha para o fight foi basicamente feita à vista do que ia indo para as mesas:
- papas de sarrabulho
- sandes de pernil com queijo da serra, a especialidade da casa
As papas estavam fantásticas, com bom sabor a cominhos, exatamente como eu gosto. Nada de negativo a apontar. Sem ficar atrás a sandes estava também fantástica, feita com pão fresquinho, aparentemente acabado de fazer, carne tenra e saborosa bem envolta no queijo, na quantidade certa de forma ao forte sabor não anular os restantes aromas da iguaria. Coube ao tinto da casa, servido a copo, acomodar os fortes sabores das papas e da sandes, tarefa que cumpriu com facilidade. Não tive oportunidade de indagar a origem do néctar.
Apesar do pouco espaço disponível deixado pelas papas e pela sandes, houve vontade  de provar a sobremesa do dia, bolo de chocolate. Com uma cobertura tipo brigadeiro, massa fofa e húmida, estava um pouco doce de mais, porém cumpriu a honrosa tarefa de fechar o fight.
Com um peso enorme na consciência, pela abuso nutricional que tinha acabado de praticar, pedi a contar que rondou os 8€/pax, um valor justo pela refeição que proporcionou.
Não queria terminar sem mencionar, o staff que é atencioso e simpático e o serviço que peca por ser um pouco lento, que em momentos de maior pressa pode causar algum stress.
Repeteco? Pela natureza da carta, a não ser que seja imune ao colesterol e/ou hipertensão, não é um spot que possa ser visitado diariamente. Porém, é um sítio de excelência para apreciar petiscos de cozinha tradicional portuguesa, numa zona que não prima propriamente pela excelência gastronómica. Tem portanto tudo para dar certo, e podem contar comigo para futuros fights.

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